Baby pensou em ser agrônomo, curte game retrô e série "Supernatural"
É exagero afirmar que Rafael Silva, o Baby, estava deslocado na festa do Espaço Time Brasil ontem à noite. Mas o judoca brasileiro, medalhista de bronze ontem (12) e conhecido por seu temperamento tímido e tranquilo, destoava do clima de balada "bombada" do espaço montado pelo Comitê Olímpico Brasileiro, na Barra da Tijuca, para receber seus medalhistas.
Em meio a "hits" nacionais e estrangeiros, e gente dançando na pista com tanta empolgação quanto se cada um ali tivesse ganhado uma medalha também, o gigante de 2,03m e 170 kg atendia a imprensa demonstrando sua tão comentada serenidade.
Na entrevista com os jornalistas, ele falou das dificuldades enfrentadas para ganhar o bronze na categoria e confirmou que, se não fosse judoca, provavelmente teria feito algo relacionado com agricultura. "Tinha vontade de fazer agronomia quando saí do Paraná. Acabei fazendo educação física, mas é uma profissão que eu gosto".
E quem melhor que a avó para conhecer a verdadeira índole de alguém? Visivelmente cansada pelo esforço de estar em uma festa tão puxada para acompanhar o neto, Palmira Camargo da Silva confirma que Baby não era mesmo uma criança "rueira" em sua infância em Rolândia, no interior do Paraná.
"Ele ficava bastante em casa mesmo. Era quietinho, ficava jogando videogame, vendo TV", diz a senhora de 78 anos que assiste, quietinha em seu canto no sofá, o neto famoso dar entrevistas.
Bruna Gonçalves, esposa de Baby há sete anos, conta que a mania de videogames não abandonou o hoje duas vezes medalhista de bronze (venceu também em Londres 2012). "Ele tem um computador da Nasa em casa para ficar jogando um game com gráficos dos anos 90", reclama.
"Os caras foram lá montar um super computador não sei das quantas pra ele ficar jogando esse negócio", brinca a também judoca sobre a contradição entre a tecnologia do computador do marido e suas preferências como "gamer". Também é Bruna quem conta que Baby é um fã de séries e recentemente seguia "Supernatural" e "House of Cards".
Ouvindo a conversa a respeito do judoca, a sogra Patricia Coutinho decide revelar que já "trolou" o genro. Mas, digamos, de uma forma carinhosa. Foi em uma programa de TV em que ele tinha que preparar um bolo de cenoura e ela era uma das juradas. "Como sogra, tinha que fazer o papel de má e dei uma nota ruim para a aparência do bolo. Mas depois compensei dando uma nota mais alta para o sabor...".
Na coletiva, Baby comentou bastante sobre o quanto a lesão no tendão do músculo peitoral direito atrapalhou sua caminhada. Questionado se, de certa forma, teria azar por ser da mesma geração que uma lenda do judô, o francês Teddy Riner, para quem perdeu ontem (12), ele apenas encarou os repórteres com seu olhar de quem não machucaria um pernilongo e disse: "Não. Eu nem penso nisso".