Olimpíadas 2016 - Vê TV

Guga é didático, torcedor e emociona em estreia comentando tênis na Globo

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Partida entre Thomaz Bellucci e Rafael Nadal teve Guga como comentarista da Globo imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

"Não vou ter tempo nem para comer uma pipoquinha dessa vez?", brincou Gustavo Kuerten, presença constante no estúdio da Globo para as diversas transmissões esportivas, mas que dessa vez trabalharia pela primeira vez como comentarista, ao lado de Luís Roberto, na partida do brasileiro Thomaz Bellucci diante do vitorioso tenista espanhol Rafael Nadal. Como um torcedor, emotivo, e ao mesmo tempo preocupado em explicar o esporte para os telespectadores, assim se portou o tricampeão de Roland Garros, na nova atribuição na TV.

"Fica firme, isso", soltou no começo da transmissão em um ponto que acabaria vencido por Bellucci. "Aí, tá bom", elogiou depois. "Vamo nesse ponto. Vamo, Bellucci. Vamo", disse em outra oportunidade, jogando junto com o atleta brasileiro. 

"Aí, sim, isso. Excelente, excelente", vibrou mais adiante, informal, atropelando o narrador para comemorar ponto ganho por Bellucci, comportamento frequente de Guga em toda a partida, mas também tendo ali a preocupação de fazer comentários didáticos sobre algumas situações do jogo de tênis, esporte raramente mostrado ao vivo pela emissora carioca.

"Nesse início é importante o pessoal em casa entender que é mais tenso e normalmente o Thomaz tende a sentir mais que o Nadal", avisou, de cara.

"Vou pegar esse ganho para informar um pouco pessoal: quando chega essa situação de 15-40, é a oportunidade de fechar o game. No tênis, tem 15, 30, 40 e depois fecha o game para a continuação do set", explicou.

"Até para o pessoal entender: fazer o saque é o mais comum no tênis, principalmente no masculino", voltou a esclarecer como é o esporte para o público. "E tem um pouco de xadrez, que é essa parte mental de tentar mexer com o adversário, essa parte de estratégia", observou em outro momento.

"É muito diferente sacar com vantagem de 15-0 do que com a desvantagem de 0-15. Nadal vai ser mais conservador, porque perder o saque [ser derrotado no game em que tem o serviço] no tênis masculino é uma tragédia, é praticamente botar o set em risco", explicou.

"Pediu desafio. Pro pessoal entender, no meu tempo não tinha isso, mas no tênis existe essa possibilidade hoje em dia", afirmou, no momento que o tenista espanhol pedia a ajuda eletrônica do tênis para avaliar se a marcação do árbitro estava correta.

"Ace, ace, vamo!!", soltou ao vivo, Guga, antecipando-se mais uma vez à narração de Luís Roberto, após ponto conquistado por Bellucci que lhe valeu a vitória no primeiro set, 6 a 2.

"Bellucci, que iniciou jogando bem, precisa encontra forças para deixar o Nadal próximo, sem deixar abrir", comentou, agora num momento de maior preocupação. Nadal tinha acabado de empatar o jogo (fez 6 a 4) e iniciava bem o terceiro e decisivo set.

Durante pausa para o atendimento médico ao tenista espanhol, Guga, emocionado (e emocionando o narrador que o acompanhava), fez um discurso sobre o prazer que estava sentido e que acreditava ser o mesmo sentimento dos atletas brasileiros participantes dos Jogos no país.

"Participar desse momento de Jogos Olímpicos aqui é único para quem vive essa vida dedicada ao esporte. É legal passar pro pessoal em casa, que está nos acompanhando, que o primeiro sonho nosso é um dia estar na Olimpíada, fazer parte de tudo isso. Poder realizar esse sonho aqui no Brasil é único. Vai ser uma lembrança para cada um dos nossos atletas. Parece que nós estamos torcendo junto. Nem esperava, achei que Atenas seria minha última participação e vejo que estou jogando aqui junto. Tomara que o Brasil aproveite", declarou. 

No fim, a vitória brasileira não veio, vitória de Rafael Nadal, 2 sets a 1 sobre Thomaz Bellucci (6 a 2 no último deles). "Pro Brasil, bola na trave, faz parte", disse Guga, no fim da transmissão. 

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