Conheça a cubana "marrenta" que ameaça judoca brasileira na Rio-2016
Idalys Ortiz é bicampeã mundial, campeã olímpica e marrenta. Com ênfase no marrenta. Quer a prova? A brasileira Maria Suellen Altheman foi duas vezes-campeã mundial e, mesmo assim, a cubana não mostra um ar de preocupação. “Já ganhei muitas vezes dela. Nem sei quantas”, diz, com a fisionomia séria, de quem não liga para o que a outra lutadora pode pensar. E o fato de lutar no Brasil? “Não importa o lugar”.
O caminho das duas devem se cruzar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. As judocas, da categoria pesado (+78kg), estão na mesma chave. Se ambas vencerem na estreia, se enfrentam nas quartas de final. Não farão a final, como nos Mundiais de 2013 e 2014. Ambos com vitória de Ortiz, que também foi medalha de ouro na Olimpíada de Londres-2012.
Foram onze vitórias seguidas da cubana. A mais doída, para Suellen, no Mundial de 2014, quando um ippon veio junto com a contusão no joelho que a deixou fora das lutas por quase um ano. Depois de recuperada, Suellen e Ortiz lutaram mais duas vezes. Lutas duras que Ortiz venceu por acúmulo de punições. Sem golpes.
Nada que a incomode. “Você fala que as lutas estão ficando mais difíceis para mim. Eu respondo que agora é Olimpíada. Pode ser que antes eu estivesse pensando em outra coisa, pode ser que não estivesse 100%. Mas agora é Olimpíada. É o que eu te digo”.
Idalys, dentro do ônibus que a levava de volta à Vila dos Atletas, depois de ver a amiga Daiaris Mestre vencer a favorita Sarah Menezes, diz que não tem nenhuma preparação especial para as lutas, a partir do momento que conhece as rivais. “A preparação se faz nos últimos quatro anos. Não é agora. Agora, é lutar e estou muito preparada. Posso te dizer que sou o meu maior rival”.
A cubana está em sua terceira Olimpíada. A estreia foi surpreendente. Em 2007, a campeã mundial Yurisel Laborde deixou o país. A solução foi fazer Yelenis Castillo, a mesma que Mayra Aguiar venceu na quinta-feira para conquistar o bronze da Rio-2016, baixar da categoria pesado. A mudança abriu uma vaga e a garota de 18 anos foi a escolhida. Estava a perigo um recorde cubano: o país, desde 1992, havia ganho medalha nessa categoria – pratas ou bronze – em todas as edições.
Ortiz foi bronze. O ouro veio quatro anos depois. Considerada uma atleta muito técnica, tem 1,75m e 115 kg, o que pode parecer muito, mas é pouco. Há atletas muito mais pesadas. Nada que a incomode. “Eu tenho mais de 78 kg e estou na categoria certa. Não me incomoda. Não temo ninguém”.