Judô

Brasil fica abaixo na meta por top-10; Japão volta a dominar no judô

Danilo Verpa/Noop
Campeã em 2012, Sarah Menezes não conseguiu repetir o desempenho no Rio imagem: Danilo Verpa/Noop

Bruno Doro

Do UOL, no Rio de Janeiro

As competições de judô terminaram nesta sexta-feira nos Jogos Olímpicos com uma medalha brasileira. Foi a terceira no tatame. Muita gente vai comemorar o bronze de Rafael Silva entre os pesados. Somado a outro bronze, de Mayra Aguiar nos meio-pesados, e o importante ouro de Rafaela Silva nos leves, a modalidade trouxe três medalhas para o país anfitrião da Rio-2016.

Para um time que tinha esperanças de subir ao pódio em quase todas as categorias, e que chegou aos Jogos com a responsabilidade de ser um dos carros-chefes do Brasil no plano de chegar ao top 10 do quadro de medalhas, foi pouco. O objetivo do COB (Comitê Olímpico do Brasil) era superar as quatro medalhas de Londres-2012. Faltou uma.

"Se olhar para fora do judô e para o que se esperava, potencial para ganhar mais medalhas nós tínhamos. Mas é Olimpíada e todo mundo se preparou muito bem. E chegou onde foi possível. Com certeza ninguém sai decepcionado. (Mas) poderíamos sair com mais pódios. Num primeiro dia, com dois medalhistas, por exemplo, não dá para esperar sair sem medalha nenhuma", admitiu o coordenador técnico do time brasileiro, Ney Wilson.

Nomes como Sarah Menezes, Érika Miranda, Victor Penalber e Maria Suelen Altheman, que medalharam em Campeonatos Mundiais no ciclo olímpico, não conseguiram. Érika até chegou à decisão do bronze, mas acabou em quinto. Mariana Silva, em quem poucos apostavam, fez a melhor competição de sua vida, mas também ficou a uma vitória do pódio.

"O time feminino fez o mesmo que em Londres, mas tínhamos muitas fichas para jogar. Mas é importante ressaltar que tivemos dois quintos lugares e um sétimo. Tínhamos capacidade de ganhar mais, mas o bom é que o ruim não acontece só com a gente. Muitos favoritos saíram sem medalha", disse a técnica Rosicléia Campos.

Mesmo assim, o desempenho do Brasil não foi ruim dentro do judô. O crescimento do esporte viu 24 países subindo ao pódio. Kosovo, por exemplo, ganhou sua primeira medalha de ouro em Jogos Olímpicos, com Majlinda Kelmendi. Os Emirados Árabes Unidos também, com o naturalizado Sérgio Toma. Só dois países, porém, tiveram mais medalhistas que o time brasileiro: Japão e França.

Judoca Rafaela Silva fatura ouro na Rio-2016

"A equipe se preparou melhor do que o resultado e desempenho que mostramos. Mas, por outro lado, observando a competição, vimos uma diluição de medalhas. Nunca tivemos 26 países nas medalhas. Se olharmos para dentro do judô, mesmo com um número menor de pódios, mantivemos a sexta posição no quadro de medalhas. Isso significa a distribuição foi muito mais homogênea. Tirando o Japão, que é fora da curva, e o brilhante resultado da França nesse último dia, nenhum país teve mais do que três medalhas", analisou Wilson.

Para os japoneses, a notícia é boa. Após o desempenho pífio nas Olimpíadas de Londres-2012, em que conquistaram só um ouro, eles retomaram o primeiro lugar do quadro de medalhas. Fizeram três campeões, Shohei Ono (73kg), Haruka Tachimoto (70kg) e Mashu Baker (90kg) – mas os favoritos Masashi Ebinuma (tricampeão dos 66kg) e Kaori Matsumoto (57kg) foram bronze.

Com 12 medalhas no total, os japoneses deixaram a França em segundo lugar. O país, segundo maior medalhista da história da competição, aliás, vinha tendo uma Olimpíada terrível até o último dia. O ouro do invencível Teddy Riner já era esperado. Mas a outra pesado do time, Emilie Andeol, surpreendeu a cubana Idalys Ortiz, que defendia o ouro de quatro anos atrás, e levou o ouro. São cinco medalhas franceses, duas de ouro, duas de prata e uma de bronze.

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