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Ativistas protestam contra dano ambiental na sede olímpica do golfe

Bruno Freitas/UOL
Manifestantes organizaram protesto ambiental na entrada da sede do golfe olímpico imagem: Bruno Freitas/UOL

Bruno Freitas

Do UOL, no Rio de Janeiro

Um grupo de ambientalistas se manifestou na entrada da sede do golfe nesta quinta-feira, no primeiro dia de atividades da modalidade na Olimpíada do Rio de Janeiro. Cerca de dez ativistas se esforçaram para chamar atenção de visitantes estrangeiros a respeito da construção do complexo esportivo na Área de Proteção Ambiental (APA) de Marapendi, no bairro da Barra da Tijuca. 

Com cartazes em português, inglês e espanhol, os manifestantes argumentaram a favor da interrupção das obras na região. Segundo os ativistas, o legado do projeto à cidade é irreal e só atende à especulação imobiliária da área. Os ambientalistas também dizem que parte da vegetação nativa e da fauna que ocupava o local foram seriamente comprometidas.
 
"A gente está aqui pedindo o embargo imediato de todas as obras na área de Marapendi e o reflorestamento da mata, que foi toda perdida. Não tinha todo esse asfalto aqui, hoje tem bichos mortos", declarou Lucas França, ligado ao movimento "Ocupa Golfe", que permaneceu quatro meses instalado na área de Marapendi em protesto, durante 2015.
 
"Desde o início foi uma jogada. O prefeito Eduardo Paes tinha dois outros campos já existentes na cidade para escolher, mas preferiu destruir essa reserva. E tem provas disso. Biólogos ligados à prefeitura deram parecer contrário à construção do campo, alguns foram mandados embora", argumentou o mesmo ativista.
 
Com termos como "holocausto ecológico", o grupo tentava chamar a atenção de estrangeiros que se dirigiam à entrada da sede do golfe nesta quinta, para acompanhar as atividades do dia, no início da programação masculina. No entanto, quem ofereceu mais atenção foram jornalistas de fora do país.
 

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Pouco depois de chegarem à sede do golfe, os ambientalistas tiveram que lidar com a recepção de homens da Força Nacional, que tentaram remover o protesto da entrada do complexo olímpico. No entanto, após minutos de conversa, os ativistas conseguiram permanecer no local.
 
"Nós tentamos mostrar para eles que é nosso direito de reivindicar, de estar aqui. Temos que mostrar à população o que está acontecendo. Já houve ameaças de levar alguém detido, de levar os nossos cartazes, falando que nós estamos atrapalhando a passagem. Mas nós não estamos na passagem", afirmou a ativista Vilma Costa.
 
Em contato com a reportagem, a prefeitura informou que "existe um laudo pericial que confirma que o Campo de Golfe Olímpico trouxe ganhos ambientais para o terreno onde está sendo implantado e para a própria APA de Marapendi. A perícia concluiu que o campo de golfe gerou benefícios para o ecossistema da região, ao ampliar a cobertura vegetal da área, recuperar toda uma região que se encontrava degradada desde os anos 80 e gerar uma espiral positiva para o desenvolvimento da fauna da região."
 
Ainda de acordo com a prefeitura, o documento com 27 páginas informa que "ocorreram ganhos de cunho ambiental e paisagístico com a implantação do projeto", benefícios observados pelo perito, que percorreu toda a região no final do ano passado. O texto aponta, por exemplo, que a implantação do campo implica num aumento de 167% na cobertura vegetal do local em relação à vegetação nativa encontrada antes das obras.

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