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Tapinhas na cara e carinho mesmo amargurado: o Djoko que você não viu

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Djokovic conversa com Divac após derrota imagem: UOL

José Ricardo Leite

Do UOL, no Rio de Janeiro

Poucos quiseram tanto vir aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro como o sérvio Novak Djokovic. Ao contrário de algumas estrelas da NBA, golfe e até do tênis que optaram por não vir pelo receio da zika, Djoko, um dos maiores nomes do esporte na atualidade, veio em busca de um título que não possui e chorou por não consegui-lo. Mas nem depois disso perdeu a classe.

A elegância do número 1 do mundo...

Assim que foi derrotado por Juan Martin Del Potro, no domingo (7), sussurrou no ouvido do argentino antes de deixar a quadra chorando. O rival preferiu não dizer quais foram as palavras, mas as comentou emocionado. “Ele me disse coisas lindas. Fico triste por ele, mas estava feliz por mim, por tudo que passei”, falou Del Potro, sobre ter ficado mais de um ano sem jogar.

Depois da derrota em simples, o número um do mundo não quebrou o protocolo. Passou na zona mista, pacientemente, mesmo depois da meia-noite, e atendeu a imprensa em inglês, espanhol e sua língua, o sérvio. Depois disso, faria uma caminhada até o ônibus que o levaria para a Vila Olímpica. Poderia ser um momento de passadas amargas e de pouco afeto. Mas Djoko fez com que não fosse dessa forma.

Um pouco de privacidade não fez mal 

Enquanto andava, o sérvio foi abordado por vários voluntários com insistentes pedidos de selfie. A cara era de abatimento, mas só pela derrota, e não por ser paparicado. Não perdeu a chance de fazer a alegria dos fãs. Enquanto os membros da organização tentavam apressar sua saída para que não fosse tão tietado, Djoko era paciente e fazia a foto com todos que pediam.

Instantes depois, em um dos raros momentos com pouca gente, ficou apenas com os integrantes de sua comissão técnica à espera do ônibus. Djoko chutou o ar e passou a mão na cabeça como quem não acreditava que a cereja do bolo da sua carreira tinha ficado para trás. Foram poucos os segundos desolado até que um carro chegou à sua frente e parou. Primeiro, a mulher lhe deu um longo abraço.

Depois, o presidente do comitê olímpico sérvio, o ex-jogador de basquete Vlade Divac, uma das personalidades mais queridas do país, lhe abraçou, chamou de canto e andaram alguns metros. O ex-pivô deu alguns tapinhas na cara do tenista, em ato que parecia carinhoso, por mais controverso que seja o movimento, e passou a lhe disparar algumas palavras. Era um momento de incentivo e emoção.

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Djokovic faz selfies e atende a todos após derrota imagem: UOL

Djoko virou “brasileiro” por um dia

Ele esbanjou carisma desde o desembarque no Rio de Janeiro, quando tirou selfies com fãs e atendeu atenciosamente os jornalistas. E foi correspondido pela torcida brasileira, que adotou o sérvio dentro e fora das quadras como se fosse o tenista da casa.

Djokovic é gente como a gente

Logo na estreia no torneio de duplas, única vitória de Djokovic no Rio, os brasileiros embalaram-no ao som de “Olê, olê, olê, olá, Djoko! Djoko!”. A cada ponto ganho, game vencido, gritos de “Vamos, Djoko”, “Boa, Djoko”, eram ouvidos da arquibancada. Ao término do jogo, correria geral por uma foto ou autógrafo com o número 1 do mundo.

Na primeira partida no torneio de simples, contra Juan Martin Del Portro, Djokovic entrou em quadra com uma munhequeira com as cores do Brasil e uma raqueteira verde e amarela com os dizeres “boa sorte”. Era ovacionado nos pontos difíceis e tinha nome gritado. Sentiu o que era um Brasil x Argentina, defendendo o lado verde e amarelo.

"Não é a primeira nem a última vez que vou perder. Foi uma das melhores atmosferas que já vi em uma torcida. Foi fantástico. As horas que vivenciei aqui com a torcida foram fantásticas", declarou após o jogo.

Presente para apoiar seleção de basquete

Nesta quarta-feira, Djokovic aproveitou para acompanhar à partida da seleção sérvia de basquete contra a França pela terceira rodada do torneio masculino de basquete. Ele esteve acompanhado do também tenista Viktor Troicki e do ex-jogador de basquete Vlade Divac, presidente do Comitê Olímpico Sérvio.

Djokovic foi bastante assediado pelo público e parou para fazer algumas fotos no intervalo do jogo na Arena Carioca 1. Ele deixou as tribunas no intervalo mas voltou para acompanhar o segundo tempo.

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