! Amor fugaz entre Djokovic e Brasil acaba em frustração e choro em quadra - 09/08/2016 - UOL Olimpíadas

Tênis

Amor fugaz entre Djokovic e Brasil acaba em frustração e choro em quadra

Do UOL, no Rio de Janeiro

Quem nunca viveu um "amor de verão"? Aquele que mal começa e já acaba. Curto e arrebatador. Assim foi a relação de Novak Djokovic com o Brasil na Rio-2016.  Ele esbanjou carisma desde o desembarque no Rio de Janeiro, quando tirou selfies com fãs e atendeu atenciosamente os jornalistas. E foi correspondido pela torcida brasileira, que adotou o sérvio dentro e fora das quadras como se fosse o tenista da casa. Mas os maus resultados do número 1 do mundo na Olimpíada puseram um fim precoce a esse caso de amor.

Logo na estreia no torneio de duplas, única vitória de Djokovic no Rio, os brasileiros embalaram-no ao som de “Olê, olê, olê, olá, Djoko! Djoko!”. A cada ponto ganho, game vencido, gritos de “Vamos, Djoko”, “Boa, Djoko”, eram ouvidos da arquibancada. Ao término do jogo, correria geral por uma foto ou autógrafo com o número 1 do mundo.

Na primeira partida no torneio de simples, contra Juan Martin Del Portro, Djokovic entrou em quadra com uma munhequeira com as cores do Brasil e uma raqueteira verde e amarela com os dizeres “boa sorte”. Mas não jogou seu melhor tênis e acabou eliminado surpreendentemente pelo tenista argentino. E chorou. Chorou copiosamente em quadra como poucas vezes se viu em sua carreira. Como se fosse uma desilusão amorosa. Teve de ser consolado até por Vlade Divac, presidente do Comitê Olímpico da Sérvia.

Clive Brunskill/Getty Images
Djokovic chora após derrota para Del Potro imagem: Clive Brunskill/Getty Images

O último capítulo deste amor fugaz de Djokovic com a torcida brasileira aconteceu na noite da última segunda (8) e foi até com direito a traição. Na segunda rodada do torneio de duplas, ele e seu parceiro Nenad Zimonjic encararam os brasileiros Marcelo Melo e Bruno Soares. Pela primeira vez os aplausos e palavras de apoio aconteciam após os pontos conquistados pelos rivais do número 1 do mundo. 

O sérvio perdeu por um duplo 6/4, despediu-se das chances de medalha na Rio-2016 e viu o fim precoce da relação amorosa com a torcida brasileira. Deixou a quadra do Parque Olímpico acenando para os fãs, como num gesto de adeus, sabendo que não volta mais.  Mas sai do Brasil com uma nova música criada especialmente para ele: "Uh, tá maneiro, o Djokovic é brasileiro". 

Após dias intensos, fica para Djokovic o carinho longe de casa, mas a frustração de não alcançar seu objetivo principal. Ele segue sem conquistar uma medalha de ouro em Olimpíadas. Seu melhor resultado nos Jogos foi a medalha de bronze em Pequim-2008. Desde que o tênis voltou a ser esporte olímpico, em 1988, nunca um tenista que chegou como número 1 do ranking mundial conquistou a medalha de ouro. A história se repetiu - dessa vez para tristeza de Djoko e seus fãs de verde e amarelo. 

Djokovic é gente como a gente

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