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Nalbert vê vôlei no patamar de cobrança do futebol: "só aceitam o ouro"

Rio 2016/Fernando Soutello
Aposentado do vôlei, Nalbert participou de eventos com a tocha olímpica antes dos Jogos do Rio imagem: Rio 2016/Fernando Soutello

Bruno Freitas

Do UOL, no Rio de Janeiro

Campeão olímpico em 2004, em Atenas, Nalbert foi um dos personagens mais importantes da ascensão do vôlei brasileiro a um estágio de supremacia no cenário internacional. Hoje, aposentado das quadras, o ex-capitão da seleção masculina diz que a modalidade tem que lidar com as consequências da era vencedora, sejam elas boas ou ruins.

Para Nalbert, os anos de êxito do vôlei brasileiro em competições de primeira grandeza turbbinaram a popularidade do esporte no país, mas também elevaram o nível de exigência da opinião pública nacional. Agora, com a Olimpíada dentro de casa, o antigo capitão da seleção admite que os times de Bernardinho e José Roberto Guimarães precisam carregar nos ombros a pressão pelo lugar mais alto do pódio.
 
"Nunca é fácil. Acho que as duas seleções, tanto a feminina quanto a masculina, chegam forte, com possibilidade de medalha. Todo mundo cria expectativa do ouro. O vôlei chegou em um patamar quase do futebol, as pessoas só aceitam o ouro, só aceitam o título. Mas hoje existe uma competitividade maior, temos que reconhecer a capacidade do outro e pensar em medalha. Acho que já seria uma grande coisa conquistar duas medalhas", comentou Nalbert no último sábado, em evento no Rio de Janeiro.
 
No sábado, a seleção feminina do Brasil conseguiu uma estreia tranquila nos Jogos do Rio. As atuais bicampeãs olímpicas passaram sem dificuldades por Camarões, por 3 sets a 0. Neste domingo, os homens começam a caminhada na Olimpíada diante do México.
 
Nalbert participará da Olimpíada na função de comentarista do Sportv. Assim, em um novo papel dentro do universo do esporte, prefere a discrição no contato com amigos e ex-colegas de seleção. "Tenho falado pouco. Hoje meu trabalho é de comentarista, então tenho acompanhado um pouco à distância", afirmou.
 
Segundo o ex-ponteiro da seleção, a Olimpíada dentro de uma emissora de televisão exige preparação tão focada quanto nos tempos de atleta. "Foco total, muito estudo, muita pesquisa. Muito descanso, muita disciplina, porque o ritmo é forte. A gente faz muitos jogos por dia, muitos eventos. O ritmo é frenético", descreveu.

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