Vídeos

Ídolo do golfe diz que vento do Rio preocupa mais que o zika

Adidas/divulgação
Espanhol Sergio García é um dos favoritos a medalha na disputa do golfe no Rio de Janeiro imagem: Adidas/divulgação

Bruno Freitas

Do UOL, no Rio de Janeiro

O espanhol Sergio García já faturou mais de US$ 43 milhões no circuito mundial de golfe, mas tudo o que deseja agora é um objeto que transcende qualquer fortuna: uma medalha olímpica. No Rio de Janeiro, a estrela das tacadas participa de um momento histórico de sua modalidade, que retorna aos Jogos após 112 anos de ausência da programação oficial. No pelotão de favoritos, o europeu minimiza a preocupação com o zika vírus, que pautou o noticiário a respeito de alguns de seus rivais que não vieram ao Brasil, e diz que tem se preocupado mais com o vento carioca.

Nomes importantes do golfe abriram mão de participar da histórica volta à Olimpíada com medo do zika vírus. Foram os casos de Rory Mcllroy, Adam Scott, Louis Oosthuizen, Charl Schwartzel, Marc Leishman, Hideki Matsuyama, Vijay Singh e Dustin Johnson. O último deles, número 2 do mundo, manifestou publicamente o temor de que a doença pudesse afetar seus planos de ter filhos com a esposa. Mas Sergio García, por sua vez, minimiza o risco, sem alarmismo. Com um spray protetor ao alcance das mãos, diz que a oportunidade de representar a Espanha nos Jogos do Rio vale mais do que qualquer circunstância desafiadora. "Se usamos spray, acho que não há problemas. Espero que não. Caso contrário, temos que nos tratar", afirmou o golfista de 36 anos, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.
 
Para motivar sua missão no Rio, o atual número 11 do ranking mundial resgata na memória as conquistas olímpicas de compatriotas como Rafael Nadal e Pau Gasol. O golfista diz que deseja visitar o Cristo Redentor e acompanhar alguns esportes no Rio como espectador. Mas, a partir de quinta-feira (11 de agosto), quando começam as disputas no Campo Olímpico na Barra da Tijuca, seu foco estará na meta de acrescentar uma medalha ao seu currículo vencedor  é o 8º golfista em prêmios na história da modalidade. Acompanhe abaixo a entrevista com Sergio García: 
 
UOL Esporte: O golfe volta aos Jogos depois de uma ausência de mais de 100 anos. Como é fazer parte desse momento? 
Sergio García: Sem nenhuma dúvida, é um momento histórico, bonito, diferente. Esperamos que tudo saia bem, que as pessoas aproveitem e que a gente esteja nas Olimpíadas por muitos anos.
 
O torneio olímpico tem a mesma característica de pressão do circuito profissional ou dá para se divertir um pouco?
No final das contas, quando estamos juntos, a pressão acaba sendo a mesma. Quando está num torneio de circuito, você quer ganhar. Você sente a pressão de fazer as coisas bem. Aqui, de ganhar uma medalha, algo que acontece poucas vezes. Acontece pouco para os atletas, a cada quatro anos. A pressão vai ser a mesma. A vontade e a sensação vão ser muito parecidas. Mas, sobretudo, a experiência vai ser incrível. Temos que aproveitar.
 
Já teve a chance de conhecer o campo de disputa aqui no Rio?
Não. Vi algumas fotos, escutei alguns comentários. Parece que está muito bom, bem cuidado. Dizem que as saídas são um pouco amplas, que faz bastante vento, o que complica. Creio que é um campo de segundos golpes. 
 
Ventou muito neste domingo aqui no Rio, algumas disputas foram comprometidas. O vento pode prejudicar as disputas do golfe também?
Prejudicar, não prejudica. Mas pode tornar mais fácil ou mais difícil. Obviamente, se tivermos uma ventania como vimos agora (na manhã de domingo), se complicará. Esperamos que não vente muito e que não tenhamos problemas, como a bola se mexer. Quando venta, os resultados são um pouco piores, mas o espetáculo é o mesmo.
 
Alguns nomes de ponta do golfe não vieram ao Rio, por motivos distintos. Mas alguns deles alegaram especificamente a preocupação com o zika vírus. Você se manifestou na internet a respeito, disse que sabia do perigo sobre a doença, mas que representar a Espanha vale mais. É esse o sentimento? 
Vou falar de mim. O que fazem os outros jogadores, cada um tem sua decisão. Para mim, representar o meu país, representar a Espanha, ter a oportunidade de ser olímpico é incrível. Sempre fui muito fã das Olimpíadas. A oportunidade de ser um atleta olímpico é algo espetacular. A oportunidade de lutar pela medalha é algo muito bonito. Isso, para mim, significa mais do que outras coisas. Temos que ter cuidado com algumas coisas essa semana, mas fora isso vamos jogar, vai ser uma boa semana.
 
Os jogadores comentaram entre si sobre o problema do zika vírus antes de virem ao Rio? 
Sim, nós fomos informados. Sabemos que existe um risco pequeno. Nesta época do ano parece que está mais calmo, e aqui no Rio parece que também não há muitos problemas. Sempre existe uma pequena probabilidade, mas se temos cuidado, se usamos spray, acho que não há problemas. Espero que não. Caso contrário, temos que nos tratar.
 
O torneio olímpico tem um caráter diferente do circuito. Já imaginou acabar a semana aqui no Rio ouvindo o hino espanhol? 
Seria muito bonito, algo espetacular. Esperamos que sim. Em alguns dias vamos saber. Qualquer medalha será muito bom, seria incrível. Dentro de uma semana vamos saber.

Topo