Boxe

Medida do COI deve reduzir concussões em até 43% no boxe olímpico

Divulgação/Aiba

Do UOL, em São Paulo

Pela primeira vez em mais de 30 anos as disputas entre os homens no boxe olímpico será sem capacetes. A medida visa reduzir em até 43% o número de concussões na modalidade, que sofre muitas críticas por gerar lesões cerebrais no longo prazo.

Os capacetes são usados no boxe olímpico desde Los Angeles-1984, mas foram abolidos dos Jogos para que a disputa se aproximasse das regras do boxe profissional. A princípio a mudança seria apenas nos campeonatos sob chancela da Associação Internacional de Boxe Amador (Aiba, na sigla em inglês), mas o Comitê Olímpico Internacional (COI) concordou com a decisão para fazê-la valer na Rio-2016.

A medida serve para diminuir o número de lesões cerebrais, que pode ser até 43% menor quando os atletas lutam sem o acessório. O estudo é da própria Aiba.

O problema é que nada muda no boxe feminino: as lutadoras seguem usando capacetes nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Além da possível diferença de gênero, as boxeadoras usam o mesmo estudo da Aiba para questionar o motivo de a exclusão dos capacetes não ser tanto para os homens quanto para as mulheres.

Concussão é o termo médico usado para descrever os sintomas de uma lesão na cabeça. Alguém que sofre este tipo de contusão pode ficar confuso, desorientado e com dificuldades para lembrar coisas – todos esses sintomas evidenciam que o cérebro não está funcionando como deveria.

Especialista em concussão e traumas cerebrais, o professor David Sharpe explica que o boxeador corre riscos sérios a cada soco recebido. “Nos primeiros segundos após o impacto, você realmente vê o cérebro chacoalhar, e isso pode produzir uma lesão direta quando o cérebro bate no interior do crânio”, descreve.

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