Homem forte das finanças do COB tem empresa offshore no Panamá
O homem forte das finanças do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) tem uma empresa offshore no Panamá. Edson Figueiredo Menezes é o dono da Remo Investments, aberta em 2013. No mesmo ano, ele assinava como "Diretor Financeiro do Conselho Executivo" do COB.
Já no Comitê Organizador Rio-2016 – também liderado por Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB –, Menezes ocupa a 1ª Vice-Presidência do Conselho Diretor, abaixo apenas do comandante.
A Remo Investments foi aberta na Cidade do Panamá em 5 de abril de 2013. Ter uma offshore não é ilegal pela legislação brasileira, desde que declarada à Receita Federal, assim como seus bens e valores tributados. A Receita não responde a confirmações sobre uma empresa estar ou não declarada.
Através da assessoria de imprensa do COB, Menezes afirmou que a Remo Investments está devidamente declarada em seu Imposto de Renda.
O nome da empresa não é aleatório. Edson, hoje com 63 anos, foi remador do Botafogo nos anos 70, chegando à seleção brasileira e disputando Jogos Pan-Americanos. Longe das águas, construiu sua carreira no mercado financeiro. Ele presidiu a Bolsa de Valores do Rio e também o Banco Prosper, citado na CPI dos Bingos por supostamente acomodar assessores do então ministro Antonio Palocci suspeitos de operar no caso Waldomiro Diniz – em troca, o banco teria recebido financiamentos do BNDES.
Em setembro de 2012, o Banco Central decretou a liquidação do Prosper, além de tornar indisponíveis os bens dos administradores e ex-controladores da instituição. A liquidação se deveu por "sucessivos prejuízos que vinham expondo seus credores a risco anormal, deficiência patrimonial e descumprimento de normas aplicáveis ao sistema financeiro".