! Americana superou trauma antes de virar uma das raras mulheres que enterram - 05/08/2016 - UOL Olimpíadas

Olimpíadas 2016

Americana superou trauma antes de virar uma das raras mulheres que enterram

Fábio Aleixo e José Ricardo Leite

Do UOL, no Rio de Janeiro

Aproveitar uma posição de destaque na melhor equipe do basquete feminino do mundo para ajudar a divulgar a causa LGBT. Este é um dos objetivos de Brittney Griner, pivô da seleção americana que buscará no Rio de Janeiro o quinto título olímpico seguido.

A atleta de 25 anos, que disputa os Jogos pela primeira vez e é conhecida por suas enterradas espetaculares na WNBA, é lésbica.

Mas só teve a coragem de se assumir publicamente em 2013, durante uma entrevista para a revista americana Sports Illustrated. Agora, sem um peso nas costas, ergue a bandeira em prol da diversidade e o respeito a orientação sexual de cada um.

"Eu tenho orgulho da comunidade LGBT e de dizer que sou lésbica. Posso usar os holofotes que tenho para chamar a atenção para a causa", disse Griner ao UOL Esporte.

"É difícil sair do armário. É algo que você tem de fazer ao seu próprio tempo. É um processo que exige cuidado. Foi duro para mim tomar a decisão de me assumir lésbica. Fiquei com medo e preocupada se meus amigos, amigas e até mesmo minha família iriam me apoiar. Tinha receio de ficar isolada, de que ninguém fosse querer se relacionar comigo por eu ser diferente do que as pessoas querem que você seja. Mas hoje sou muito tranquila quanto a isso".

Jayne Kamin-Oncea
imagem: Jayne Kamin-Oncea

Griner, que sempre chamou a atenção pela altura - hoje mede 2,06m - e pelo seus trejeitos revela que sofreu muito bullying na sua infância, principalmente no tempo da escola.

"Eu sofria muito bullying quando criança. Isso é algo que pega em você e incomoda quando você está em uma fase de crescimento. Mas isso me fortaleceu bastante para eu ser quem sou hoje", afirmou Griner.

Com os "fantasmas no passado", a atleta quer mesmo brilhar pelo que faz dentro das quatro linhas. E suas enterradas são as principais armas, algo muito incomum no basquete feminino. No Rio de Janeiro, poderá ser apenas a segunda atleta a conseguir isso em uma edição de Jogos Olímpicos. A primeira foi a australiana Liz Cambage, em partida contra a Rússia na primeira fase do torneio de Londres-2012.

Mas Griner não se importa muito com isso. Ela revelou que gosta mesmo é de dar toco nas rivais. "Eu amo muito mais dar tocos do que enterrar. Isso me deixa mais animada", disse a pivô.

A jogadora também impressiona pelo tamanho do seu pé, tanto que já foi chamada diversas vezes de "Pé Grande". Ela calça tênis tamanho 51 (17 nos Estados Unidos), medida superior a de grandes astros da NBA, como LeBron James, que mede os mesmos 2,03m e calça 48, e Kobe Bryant, que tem 1,98m e usa calçados número 47.

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