Futebol

"Homem bomba e terrorista": Iraque sofre com preconceito de brasileiros

Arquivo Pessoal
Equipe de futebol do Iraque em Itu imagem: Arquivo Pessoal

Bernardo Gentile

Do UOL, em Brasília

Assim que foi anunciada a presença do Iraque em Brasília para a disputa de dois dos três jogos da primeira fase das Olimpíadas, membros da delegação têm sofrido com preconceito pelas redes sociais. Vários internautas brasileiros associaram a imagem de terroristas e homem bomba aos jogadores que chegaram à capital do Brasil na última sexta-feira sob forte esquema de segurança.

O Iraque sofre com grupos extremistas, como o Estado Islâmico, que usa o terror para controlar as pessoas. Sendo assim, o povo iraquiano, na verdade, é a real vítima dos terroristas. A falta de informação, porém, leva à generalização.

Inclusive, o Iraque é um dos maiores combatentes do Estado Islâmico. A região do Curdistão, por exemplo, é conhecida por ter um exército praticamente exclusivo para conter os extremistas. Mesmo com dificuldades financeiras, eles encontram uma saída para defender a população do terror.

Mais que isso, jogadores da seleção iraquiana colecionam perdas de familiares e tristes histórias após cruzarem com terroristas. É o caso, por exemplo, de Aymen Hussein, titular da equipe e que viu o pai morrer por conta de um ataque da Al-Qaeda, em 2008.

Não é difícil, porém, encontrar pessoas referindo-se aos iraquianos como terroristas. Muitos internautas chegaram a temer um possível atentado no dia do jogo do país – o Iraque encara a Dinamarca, no dia 4, o Brasil, no dia 7, e encerra a primeira fase diante da África do Sul, no dia 10 (esse último em São Paulo).

A seleção masculina de futebol do Iraque conta com 22 dos 26 atletas que disputarão a Olimpíada. Além deles, o país contará com um boxeador, um judoca, um remador e um halterofilista.

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