Vídeos

Guga vê Olimpíada como chance política de unir população: "país em colapso"

Bruno Freitas/UOL
Gustavo Kuerten foi atração em evento promocional na comunidade Santa Marta, no Rio, na terça imagem: Bruno Freitas/UOL

Bruno Freitas

Do UOL, no Rio de Janeiro

O país que abriga a 31ª edição dos Jogos Olímpicos é bem diferente daquele escolhido há sete anos na eleição do COI (Comitê Olímpico Internacional). O Brasil que impressionava o mundo com seu crescimento e otimismo é, hoje, uma nação mergulhada em indefinições de ordem política e social. Os anfitriões não sabem nem quem será o presidente da República no mês seguinte ao evento. No entanto, há quem enxergue no acontecimento a oportunidade de pelo menos voltar a unir os anseios da população de um mesmo lado.

Gustavo Kuerten olha para o esporte desta maneira, torcendo para que a Olimpíada possa comover os brasileiros e esfriar os ânimos que pautam o debate social do país nos últimos anos. O ídolo manifesta seu prognóstico sem citações nominais a autoridades.  
 
"Eu espero que volte aquele espírito de união do nosso povo. Que a gente consiga resgatar isso, o esporte tem essa capacidade, de mostrar o Brasil bom, o Brasil lutador, que não desiste nunca. Infelizmente nossos exemplos diários são de um Brasil em colapso. Eu espero que as Olimpíadas consigam resgatar nossa esperança, mexer com o nosso povo", afirmou o ex-tenista em entrevista ao UOL Esporte, na última terça-feira, no Rio. 
 
"Acho que esse é o grande momento. Espero que sejam 20 dias que durem 50 anos, ou 100 anos da nossa história. Que a gente consiga despertar esse sentimento de união no povo, que está despedaçado, está amuado, está triste. E tem razão para isso. Estou super animado, como sempre, como alguém que acredita no poder do esporte de transformar as pessoas", acrescentou o ex-número 1 do mundo.
 
O ex-jogador de 39 anos diz acreditar que a imagem que o mundo carregará do Brasil ao fim da Olimpíada depende muito da atitude da população, mesmo se problemas de organização afetarem os Jogos.
 
"A imagem que fica para o exterior, para o resto do mundo, ela é sempre muito positiva. Espero que não aconteça nenhum grande problema. Mas, se acontecer, a gente conseguindo estar unido, o mundo terá boas lembranças do Brasil", opinou. 
 
Atleta olímpico em Sydney-2000, Gustavo Kuerten se prepara para atuar em outro setor da festa na edição carioca do evento do COI. Guga vai integrar o super time de ex-esportistas reunido pela Rede Globo - os ídolos atuarão como comentaristas especialistas nas modalidades em que brilharam. O tricampeão de Roland Garros se diz honrado por fazer parte da equipe "global". 
 
"Vou fazer 40 anos agora. Faz um tempão que eu também sou inspirado por vários atletas. Essa idolatria que existe no esporte, essa paixão que existe no esporte. Minhas principais lembranças, que cultivaram meus sonhos de 5 ou 6 anos, foram vendo Oscar, Joaquim Cruz, Hortência, Aurélio Miguel... esses caras todos. Agora vemos uma nova geração nas Olimpíadas. E, de uma forma gratificante, eu posso fazer parte dessa legião, que mexe com o imaginário das pessoas", disse.   
 
A primeira rodada do torneio de tênis na Olimpíada acontece já no sábado, dia 6 de agosto, tanto nas chaves de simples como nas de duplas. O sérvio Novak Djokovic e o britânico Andy Murray são os favoritos da disputa masculina.

Topo