Jornal dos EUA lista cinco motivos para crer no sucesso da Rio-2016
Embora a mídia internacional destaque diariamente os problemas do Brasil para sediar a próxima edição dos Jogos Olímpicos, em agosto, parte da imprensa dos Estados Unidos adotou tom diferente.
O "The Wall Street Journal" publicou na última quinta-feira um guia otimista do megaevento, com cinco motivos para as pessoas comprarem ingressos ou assistirem às competições.
O Vírus Zika, os atrasos em obras, a criminalidade, a crise econômica e política, e a poluição da Baía de Guanabara são lembrados, mas o veículo destaca o término da maioria das arenas, a presença de grandes astros e estrelas do esporte mundial, a revitalização do centro da capital fluminense, os avanços em mobilidade urbana e as belezas naturais.
Confira alguns trechos
1) Apesar de alguns atrasos, as arenas estão prontas. A tinta ainda vem sendo aplicada em algumas, e os assentos são instalados em outros, mas eventos esportivos já podem ser realizados nesses locais sem problema algum. Até mesmo o Velódromo, obra mais problemática, foi entregue no mês passado e já recebeu atletas. Ralph Schürmann, cuja família tem uma companhia no noroeste da Alemanha que já construiu nove velódromos olímpicos e que fez o do Rio de Janeiro, afirma que, apesar do atraso, trabalhar na cidade está longe de ser um desastre que muitos imaginaram.
“Todo lugar é um pouco diferente. As coisas foram mais lentas do que são na Alemanha. É claro que não ajudou que o contratante tenha mudado uma vez ou duas durante a obra, mas conseguimos fazer”, relatou o empresário.
2) As estrelas vão estar aqui. Alguns dos atletas de mais alto nível não virão ao Rio, mas estão longe de ser a maioria. Estrelas do basquete como LeBron James e Stephen Curry estão fora, mas Kevin Durant e Carmelo Anthony virão. Jason Day e Rory McIlroy, do golfe, optaram por não viajar por conta da Zika, mas essa modalidade historicamente não traz sua elite. Michael Phelps, lenda da natação, estará na cidade.
3) O Centro da cidade foi revitalizado. Talvez essa seja a maior transformação do Rio de Janeiro que não está necessariamente ligada à infraestrutura dos Jogos Olímpicos. A área portuária, chamada de "Porto Maravilha", é um projeto caro e muito questionado. O "Museu do Amanhã", que custou US$ 60 milhões, sofreu críticas. Mas o museu trouxe uma nova vida ao bairro, um tanto quanto esquecido no passado, e é o museu mais visitado do Rio de Janeiro desde sua abertura no ano passado, de acordo com a Prefeitura. Onde havia um viaduto, agora há food trucks, artesanato e crianças andando de skate e bicicleta. Esportes olímpicos não serão jogados lá em agosto, mas o local será uma área para fãs. Jogadores da NBA, que ficarão hospedados em um imenso navio no porto, serão presença constante. No final da praça, está o Museu de Arte do Rio, com exposições inovadoras, música e dança, e um restaurante popular em seu topo.
4) O transporte público está funcionando. Alguns projetos atrasaram, e a distância entre as áreas de competição é uma preocupação, e é claro que o tráfego é um problema, mas, no geral, o transporte público progrediu. Uma cara e controversa expansão do metrô atrasou várias vezes e pode não estar completamente pronta para os Jogos, mas vai levar os passageiros à Zona Oeste, onde muitos eventos serão realizados. Há inúmeros novos viadutos e túneis, e cada um deles pretende reduzir o trânsito para os motoristas - e turistas e ônibus de delegações - em alguns dos locais mais cheios da cidade. Há planos de linhas VIP de ônibus, além de integrações, caso a linha de metrô não esteja 100%. Os ônibus regulares estarão operacionais e, apesar de não serem confortáveis, passarão por sistemas rápidos de trânsito (BRTs). O VLT está operando no Centro, ajudando a revitalizar a área.
5) A cidade está mais bonita que nunca. As praias, montanhas e florestas vão atrair turistas e atletas. A cidade vai brilhar na TV.