Argentina confirma técnico para Olimpíada e acaba com rumor sobre Maradona
A Associação de Futebol Argentino (AFA) confirmou nesta quarta-feira, em um comunicado oficial, que Julio Olarticoechea será o técnico da seleção olímpica para a disputa dos Jogos do Rio-2016. O anúncio do técnico sub-20 encerra as especulações sobre uma possível presença de Maradona na comissão técnica.
O jornal espanhol "AS", por meio de sua correspondente na América do Sul, tinha publicado que Maradona havia conversado com Julio Olarticoechea e se oferecido para ajudar na missão olímpica. Porém, esta possibilidade está descartada segundo a imprensa argentina, ainda mais depois de novas declarações do ex-jogador.
Maradona esteve nesta quarta-feira na AFA para uma reunião com os interventores designados pela Fifa na entidade e não economizou críticas ao deixar a reunião. "Eu não falo sobre campeonatos, Superliga ou nada. Primeiro limpem. Deixem ela limpinha e, em seguida, falamos sobre qualquer outra coisa", disse.
Olarticoechea e Maradona foram campeões mundiais em 1986 pela seleção e são amigos. A proximidade poderia favorecer a viabilização da dupla, juntando um técnico com conhecimento das categorias de base e um mais experiente, que dirigiu o país na Copa do Mundo de 2010. Mas não há clima para a volta de Maradona.
A crise instalada no futebol do país ganhou um capítulo preocupante na última terça-feira, quando o presidente do Comitê Olímpico Argentino (COA), Gerardo Werthein, colocou em dúvida a participação do futebol olímpico argentino na Rio-2016 diante das dificuldades de comunicação com a AFA e a falta de liberação dos jogadores. Mais tarde, Tata Martino anunciou a demissão, sendo a gota d’água exatamente a falta de respaldo da entidade para formar o time olímpico.
Nesta quarta-feira, Maradona conversou sobre os rumos do futebol argentino com o representante da Fifa, Primo Corvaro, mas não saiu satisfeito.
"Não mudou nada. Existem até fotos do Grondona. Estou muito nervoso", disse durante a saída do prédio da entidade em Buenos Aires. "Eles estão fazendo um monte de coisas que eu não concordo. Querem apagar tudo, e eu quero uma auditoria completa", completou.
A crise no futebol argentino vem desde dezembro de 2015, nas primeiras eleições da entidade desde o fim da era Grondona. A apuração do pleito apontou empate em 38 votos entre os candidatos. O problema, no entanto, é que apenas 75 pessoas deveriam participar da votação. A crise forçou a nomeação de Luis Segura como presidente interino até a realização de novo pleito.
Porém, há duas semanas a Fifa soltou uma resolução determinando o afastamento de Luis Segura e promovendo provisoriamente o secretário-geral Damián Dupiellet para comandar o comitê de regularização que se encarregará de administrar a atividade diária da AFA e organizar as eleições. A medida foi reflexo da investigação do governo argentino por possível gestão fraudulenta dos recursos públicos que a associação recebia pela transmissão na TV estatal do Campeonato Argentino. Depois de um impasse, Segura renunciou.
Preparação e convocação
No mesmo comunicado, a AFA confirmou que a preparação da seleção olímpica terá início na próxima segunda-feira. O anúncio dos convocados será realizado na quinta-feira.