Olimpíadas 2016

Antidoping: brasileiros das piscinas estão entre os mais testados do mundo

Satiro Sodré/SS Press
Equipe brasileira de esportes aquáticos que vai aos Jogos Olímpicos do Rio imagem: Satiro Sodré/SS Press

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

O Brasil ainda briga para ser uma potência nos esportes aquáticos. Mas em uma lista os atletas do país figuram entre os primeiros do ranking mundial: os de mais testados em exames antidoping realizados dentro e fora de competição.

Documento divulgado pela Federação Internacional de Natação (Fina) aponta que o Brasil é o quarto país com mais testes feitos por controles de urina e de sangue desde o início deste ano até maio. Foram 91 exames envolvendo competidores de natação, polo aquático, nado sincronizado, maratona aquática e saltos ornamentais.
 
O Brasil só fica atrás de Rússia (226), China (201) e Estados Unidos (92). No total, foram feitos 1.247 exames em 678 atletas pelo mundo. Atletas de potências aquáticas como Austrália, China, França e Itália foram menos testados que os brasileiros, por exemplo. 
 
Dos 91 testes feitos com atletas brasileiros, apenas cinco aconteceram dentro de competições. Todos os outros ocorreram fora, em uma parceria entre a Fina, a Agência Mundial Antidoping (Wada) e Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD).
 
Dentre os atletas brasileiros mais testados estão aqueles que disputarão a Olimpíada do Rio, como Alan do Carmo, Bruno Fratus, Etiene Medeiros, Henrique Rodrigues, João Gomes Junior, Nicolas Santos e Thiago Pereira. Eles passaram por quatro controles.
 
Quem também foi submetido a quatro testes foi Cesar Cielo, que não conseguiu a sua classificação para a Rio-2016.
 
"Estes testes fazem parte de uma politica que está sendo desenvolvida pela Fina no mundo todo para que os testes ocorram de uma maneira regular. É a regra do jogo. Este trabalho é muito importante", afirmou ao UOL Esporte Ricardo de Moura, superintendente executivo da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).
 
Para ele o trabalho preventivo e de educação feito pela entidade em conjunto com a ABCD é fundamental, mas não tira a chance de que atletas possam ser pegos no exame antidoping durante um grande evento, como a Olimpíada, por exemplo.
 
"Sempre corre o risco, mas o melhor mesmo que temos a fazer é a educação", prosseguiu Moura.
 
O dirigente disse também que os atletas de esportes aquáticos não vêm tendo problemas em se apresentarem para os testes fora de competição. 
 
Segundo a ABCD, 12 esportistas de várias modalidades já levaram duas advertências por não estarem disponíveis quando solicitados pelos oficiais de controle ou aparecerem depois de um horário pré-agendado por eles mesmos em um sistema totalmente informatizado. No caso de três advertências, automaticamente se considera um caso positivo de doping que poderá levar a suspensão.
 
"Não é caso de nenhuma atleta da natação ou de outras modalidades nossas. Nosso pessoal já está acostumado com isso. A ABCD também está se adaptando", completou Moura.
 

Fina investe pesado no controle antidoping

Desde o início do ano, a entidade já investiu US$ 1 milhão (R$ 3,42 milhões) para a realização destes testes antidoping e o valor aumentará ao longo do ano.
 
A Fina está fazendo exames regulares com os 10 melhores do ranking mundial de cada disciplina, além dos outros atletas que não estão entre os tops.
 
"Nosso objetivo é otimizar a eficácia das nossas estratégias antidoping para preservar a validade e a integridade das competições da Fina e proteger os atletas limpos dos cinco continentes", diz a Fina.
 

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