! Fabíola terá 51 dias para provar que pode jogar Olimpíada após ter filho - 03/06/2016 - UOL Olimpíadas

Olimpíadas 2016

Fabíola terá 51 dias para provar que pode jogar Olimpíada após ter filho

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Fabíola com a filha Annah Vitória: a mamãe já avisou que vai levá-la para os treinos, sonhando com os Jogos Olímpicos imagem: Reprodução/Facebook

Bruno Doro

Do UOL, em São Paulo

A levantadora Fabíola e o técnico José Roberto Guimarães já sabem quanto tempo terão para chegar, juntos, aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Serão 51 dias para que a jogadora prove que tem condições de fazer parte da seleção brasileira feminina de vôlei, a atual bicampeã olímpica, nas quadras cariocas. O tempo já seria curto para um atleta normal. Para Fabíola, é um desafio e tanto.

Ela acabou de dar à luz Annah Vitória. Sua primeira filha nasceu no dia 19 de maio, de parto natural. Essa era uma exigência olímpica: em caso de cesária, Fabíola não teria tempo hábil para se recuperar. Sem a operação, ganhou o primeiro round. Mas a corrida contra o tempo tem outras etapas.

Ela se apresenta na próxima quarta-feira, dia 15, em Saquarema, no litoral do Rio de Janeiro. Por lá, vai treinar com a seleção brasileira sub-22 sob o comando do técnico Wagão. Zé Roberto chega quando a seleção principal voltar ao Brasil, após a primeira fase do Grand Prix, que termina no dia 26.

Em todo o período, Fabíola será monitorada de perto. “Cada dia que nós ganharmos com a Fabíola será importante. Nesse momento, ela precisa de treinamento, de lastro físico”, explica o treinador. “Sorte que ela é uma atleta de físico privilegiado. É rápida de perna, é magra, sempre se cuidou, nunca fumou, não bebe. Isso ajuda muito na recuperação”.

A expectativa do treinador tem a ver com a situação da posição em seu time. Sua titular, Dani Lins, é a única experiente que está no grupo atual. Hoje, a reserva é Roberta, campeã da Superliga com o Rexona, do Rio de Janeiro, que nunca fez parte da seleção principal – “A Roberta está evoluindo. É, talvez, a jogadora que mais evoluiu nos últimos anos neste grupo. A cada dia, ganha mais a confiança das atacantes”, elogia o técnico. A terceira opção é Naiane, de 21 anos, que acabou de jogar com a seleção de novos na Suíça.

O Brasil estreia nos Jogos Olímpicos no dia 6 de agosto. A lista de inscritos tem de ser enviada para a Federação Internacional de Vôlei dois dias antes. Até lá, o técnico deve manter ao menos três das quatro levantadoras à disposição. “Vamos assim até entrar na Vila Olímpica. Até o último momento. Vivemos isso em Londres-2012, com a Camila (Brait, líbero que foi cortada após a comissão técnica definir que a ponteira Natália tinha condição de jogar a Olimpíada). Infelizmente, para o jogador cortado, é assim”.