Ex-técnico de Guga critica CBT e governo por fim de projeto olímpico
Em entrevista ao Diário de Canoas, o técnico Larri Passos, que trabalhou com Gustavo Kuerten durante o auge do tenista, fez críticas à administração do projeto olímpico que ele comandou para revelar talentos para os Jogos do Rio. Para ele, o esporte no país está "estagnado".
"Me atirei de corpo e alma, e dali saíram vários jogadores dentro do projeto olímpico. Nunca foi um projeto tão lindo, mas durou 11 meses. Foi uma decepção muito grande. Não pela execução, mas pela má administração de uma confederação e do Ministério do Esporte. Esse governo destruiu os meus sonhos", disse Larri.
O projeto olímpico de Larri e Guga foi suspenso em 2012, um ano depois de começar, por suspeita de desvio e má gestão do dinheiro público por parte da CBT (Confederação Brasileira de Tênis) - o que fez com que o Ministério do Esporte não renovasse convênio com a entidade.
Na ocasião, o presidente da CBT, Jorge Lacerda Rosa, declarou que o problema no projeto foi a falta de compreensão dos órgãos de controle sobre as especificidades dos gastos exigidos pelos tenistas profissionais, como a compra de passagens aéreas.
Na lista do Projeto Rio 2016, foram contemplados tenistas como Tiago Fernandes (campeão do Australian Open juvenil em 2010), Guilherme Clezar (vice-campeão de duplas de Roland Garros juvenil em 2009), Thiago Monteiro (número 2 do mundo juvenil em janeiro de 2012), Beatriz Haddad Maia (vice-campeã de duplas de Roland Garros juvenil em 2012) e Bruno Sant"Anna (ex-top 20 do ranking mundial juvenil), entre outros.
"Infelizmente, o tênis brasileiro está estagnado", continuou Larri. "Se não houver uma melhora na economia, o tênis não vai se desenvolver. Faz cinco anos que a CBT está sendo investigada, e o presidente [Jorge Lacerda Rosa] não saiu ainda. Está na hora dele ir embora".
Larri Passos está de malas prontas para morar nos Estados Unidos. Segundo ele, a decisão foi tomada em 2011, "quando o Brasil estava no topo na parte econômica". Segundo ele, a motivação para mudar de país foi investir na educação das filhas, de 8 e 11 anos.