O caráter estrito e tradicional de Wimbledon já é conhecido entre torcedores e tenistas do circuito. Porém, nestes Jogos Olímpicos, o templo inglês do tênis se transformou, recebeu torcedores barulhentos, “olas” nas arquibancadas e cores nos uniformes e nas quadras. E os atletas, pelo visto, gostaram.

“Wimbledon é sempre tão quieto. Você não ouve muita conversa. Mas agora você realmente ouve muita falação. É um público bastante grande. É empolgante”, afirmou a norte-americana Serena Williams, que pode pela primeira vez vestir outra cor que não seja o branco sobre a grama “sagrada”. Durante o Grand Slam regular, o uniforme branco é tradicional e obrigatório.

E esta não é a única mudança. A quadra está incrementada com cores vivas e os aros que simbolizam os Jogos são vistos por toda a parte, inclusive na rede. Nas arquibancadas é possível ver torcedores balançando bandeiras de seus países e comentaristas um pouco mais empolgados que o normal – às vezes até atrapalhando os atletas, como aconteceu com Roger Federer, no primeiro dia de competições.

O suíço, aliás, se impressionou com o comportamento da torcida no intervalo dos sets durante a vitória sobre o colombiano Alejandro Falla. “Nós vemos a ola mexicana acontecendo praticamente no final de cada set, o que é raro. Eu levei um torneio inteiro e mais quatro sets da final contra Andy Murray para ganhar minha primeira ola”, afirmou o número um do mundo, em relação ao torneio realizado há um mês, onde foi campeão.

Durante o Grand Slam, ingressos para os jogos de tênis são difíceis de conseguir e filas enormes são formadas. Durante os Jogos existe a concorrência com outros eventos esportivos, os bilhetes estão mais fáceis de conseguir e muitos fãs estão visitando as arquibancadas de Wimbledon pela primeira vez. Os novatos, pelo visto, ignoram algumas regras de conduta mais estritas, e torcem como se estivessem em qualquer outra arquibancada do mundo.

“A torcida de Wimbledon é geralmente muito séria e tradicional, mas hoje todos estão representando seus países gritando e balançando suas bandeiras por todo o lado”, descreveu a russa Maria Sharapova.