Além de comandar o Brasil na vitória por 3 a 1 sobre Belarus, Mano Menezes cumpriu mais duas funções no Old Trafford, estádio do Manchester United. Pediu calma a um torcedor que por algumas vezes gritou pela saída do atacante Hulk e, depois da partida, teve que ser o tradutor do tradutor voluntário da Olimpíada.

Nas entrevistas oficiais do técnico gaúcho, um tradutor fica ao seu lado para passar as perguntas dos jornalistas e as respostas para o inglês. Já na estreia contra o Egito, na última quinta-feira, o profissional se atrapalhou e disse que não havia entendido uma pergunta de um repórter, que a repetiu.

No último domingo, aconteceu a mesma coisa. Dessa vez, o tradutor pediu para o próprio Mano explicar para ele a pergunta, fora do microfone. Assim que terminou de traduzir a questão ao tradutor, o comandante da seleção virou para alguns jornalistas brasileiros e sorriu.

Em campo, Mano executou a outra função. Enquanto a seleção jogava mal e empatava por 1 a 1, um torcedor esbravejava na arquibancada: “Mano, tira o Hulk. Ele é muito ruim!”

“Algum torcedor brasileiro pediu para eu tirar determinado jogador. Achei que ele estava com muita pressa e pedi calma”, contou o treinador, ao ser questionado sobre o gesto que fez em direção aos assentos localizados atrás do banco de reserva.

“Na Olimpíada é importante sentir o apoio do torcedor, mesmo quando a seleção não esteja tão bem. O torcedor precisa aprender que ele é importante para a equipe, precisa dar sua parcela de apoio e carinho, e acredito que nossa equipe seja merecedora disso”, completou.

Nesta segunda-feira, dois dias antes do duelo com a Nova Zelândia, o último pela primeira fase, Mano concederá uma nova entrevista coletiva, desta vez no estádio St. James Park, em Newcastle. Apesar de já ter falado no último domingo, essa é uma exigência da Fifa e do Comitê Olímpico Internacional. E lá estará o tradutor atrapalhado.