Olimpíadas 2016

Encerramento dos Jogos terá Carnaval e Martinho da Vila ao lado das filhas

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Voluntários ensaiam para cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016, no domingo imagem: Divulgação

Jefferson Puff

A festa de encerramento da Olimpíada, às 20h do próximo domingo no Maracanã, pretende ser um "grande Carnaval carioca", que inclua também cantigas tradicionais, folclore e música do Nordeste. Diferentes gerações de artistas vão ilustrar uma mensagem de passado e futuro, como no momento em que Martinho da Vila subirá ao palco ao lado das filhas ─ a mais famosa, Mart'nália, não participará da cerimônia, segundo organizadores.

Com dimensões menores do que as da festa que declarou os Jogos abertos (são cerca de 3.500 voluntários em ação, contra 5.000 da cerimônia de abertura), o encerramento também será mais curto, com cerca de 2h30 de duração. O elenco terá 350 dançarinos profissionais.

A cantora Roberta Sá deve entrar em cena como Carmen Miranda e a atriz Leandra Leal será embaixatriz do Cordão da Bola Preta, um dos maiores blocos de carnaval de rua do Rio de Janeiro.

A cerimônia é assinada pela carnavalesca Rosa Magalhães, vencedora dos desfiles da Marquês da Sapucaí por escolas como Império Serrano, Imperatriz Leopoldinense e Vila Isabel.

"Temos agora o apagar da pira olímpica, o desfile das delegações, as bandeiras. Tudo que foi feito na abertura é desfeito agora. São festas complementares", diz Leonardo Caetano, diretor de cerimônias do Comitê Rio-2016. "Queremos que todos vão para a festa juntos, para esse grande carnaval."

O Hino Nacional, interpretado por Paulinho da Viola na abertura, será cantado por crianças ao som de tambores. "Ao longo da cerimônia aparece muito o Nordeste. Já no final, é puro Carnaval carioca, com escolas e blocos de rua", explica, citando a escolha de "músicas afetivas, tradicionais", como Carinhoso, de Pixinguinha, e As
Pastorinhas, de Dalva de Oliveira.

Carnaval e pinturas rupestres

A BBC Brasil acompanhou o único ensaio geral da cerimônia, realizado nesta semana, em galpões e áreas abertas próximas ao Maracanã. Em uso pelas finais do futebol, o estádio não foi liberado para os ensaios e terá somente 24 horas de intervalo entre a final e a festa.

"Nosso desafio foi buscar essa relação entre a nostalgia do passado, dos Jogos que se encerram, do que ficou para trás, e a esperança do futuro, do que está por vir", explica a produtora Alicia Ferreira.

Abel Gomes, que é codiretor artístico, conta que a festa mencionará um dos sítios arqueológicos mais antigos do país, com pinturas rupestres. "(Mostraremos) a Serra da Capivara, no Piauí, onde tudo começou. Depois passamos pelo momento das raízes brasileiras, (haverá) uma surpresa na forma com que a pira vai ser apagada, e por fim a festa", diz.

Orçamento, Temer e Tóquio

Em meio à polêmica sobre a crise de financiamento da Paraolimpíada e o crescente uso de recursos públicos (federais e municipais) para sanar buracos orçamentários dos Jogos, o diretor de cerimônias do Comitê Rio-2016 disse que vai custear as três festas restantes - a de encerramento e as duas cerimônias paraolímpicas - com os R$ 270 milhões recebidos do Governo Federal nas últimas semanas.

Vaiado no breve anúncio protocolar que fez na cerimônia de abertura, o presidente interino Michel Temer anunciou nos últimos dias que não estará presente na festa de encerramento olímpica. Em visita recente ao Rio de Janeiro, disse que o público poderia "guardar as vaias" para sua participação na abertura da Paralimpíada.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deverá representar o presidente interino neste domingo.

O encerramento da parte protocolar se dará com a transferência do ciclo olímpico para o Comitê Tóquio-2020, responsável pela organização dos próximos Jogos, num segmento de cerca de oito minutos, que terá agradecimentos ao Rio e ao Comitê Olímpico Internacional e uma referência ao desastre nuclear e ao tsunami de 2011, em Fukushima.

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