Ginástica

Finalista olímpica, ginasta indiana que executa salto raro treinava em ginásio com ratos e baratas

Marko Djurica/Reuters
Dipa Karmakar ficou perto da medalha na final do salto imagem: Marko Djurica/Reuters


A ginasta indiana Dipa Karmakar não tinha calçados apropriados em seu primeiro campeonato e precisou pedir um emprestado para competir.

O ginásio onde ela começou a treinar não tinha nem mesmo uma mesa para saltos - o aparelho era improvisado com uma pilha de colchões. O local ainda ficava inundado e cheios de ratos e baratas durante as estações chuvosas.

Um começo humilde em um esporte que conta com apoio financeiro escasso na Índia tornou seu sucesso ainda mais notável.

Dipa foi a primeira indiana a conseguir uma medalha na edição de 2014 dos jogos da Commonwealth, a Comunidade Britânica que reúne 53 países.

No dia da final, ela estava com a perna inchada, mas se arriscou e conquistou a medalha que mudou sua vida. Hoje, ela é uma celebridade do país e passou a dar autógrafos e tirar fotos em todos os lugares que visita.

Outro detalhe a destaca entre as ginastas. Dipa é uma das cinco mulheres no mundo que conseguiram completar com sucesso o salto produnova, o mais difícil e perigoso da ginástica feminina.

Ela contou sua história na série Winners, na qual seis mulheres ao redor do mundo relatam sua trajetória de superação por meio do esporte - e os obstáculos, desafios, fracassos e triunfos que encontraram no caminho.

A ginasta participou neste domingo da final feminina do salto artístico sobre o cavalo - ficou no quarto lugar, com a nota 15.066. O ouro ficou com a americana Simone Biles, que marcou 15.966 pontos.

Fraco desempenho indiano

Dipa nasceu no segundo país mais populoso do mundo, mas que possui o pior índice olímpico em termos de medalhas per capita. Nas últimas três décadas, a Índia ganhou apenas uma medalha de ouro - no rifle masculino de 10m em 2008.

Em Londres, em 2012, o país conseguiu seis medalhas, a maior quantidade de sua história - o equivalente a uma para cada 200 milhões de pessoas. Em 2008, foram apenas três medalhas. Antes disso, teve a sorte de voltar para casa com uma única medalha.

Compare esse desempenho com o de países pequenos, como a Jamaica, que recebem regularmente uma medalha para cada 100 mil pessoas.

Mas por que a Índia não consegue fazer sua população expressiva ganhar medalhas? Uma razão é, sem dúvida, a falta de dinheiro.

Apesar de seu programa espacial e sua crescente população de bilionários, o país ainda é uma nação muito pobre em termos de renda per capita e os esportes nunca foram uma prioridade para o governo.

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