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Empresário acusa Praia Clube de demitir Tandara grávida e vai à Justiça

Estúdio Raiô
Tandara e Cleber Mineiro foram pais de Maria Clara imagem: Estúdio Raiô

Leandro Carneiro

Do UOL, em São Paulo

Campeã olímpica com a seleção brasileira em 2012, Tandara tenta resolver sua saída do Praia Clube na Justiça. Mesmo atuando nesta temporada pelo Minas, a oposta ainda lida com um entrave judicial envolvendo seu ex-clube. Segundo seu empresário, Eduardo Fonseca, o problema foi o fato de ela ter sido demitida estando grávida.

Tandara ficou grávida no fim da última temporada e atuou pelo clube até a reta final. O mesmo aconteceu com a levantadora Karine, mulher do empresário e atleta. Mas, após o término, ambas foram dispensadas pelo time.

“Eles foram negligentes e nem sequer prestaram assistência médica pra Tandara e nem pra Karine. Não fizeram nenhum exame, consulta, o que fosse. Zero suporte. Pelo contrário, sequer pensaram em seguir com as atletas durante a gestação. Simplesmente foi entregue a carta para exame demissional. Até onde eu sei, você só entrega uma carta de exame demissional quando está demitindo alguém”, falou o empresário ao UOL Esporte.

“Na hora de contratar a Tandara, que é campeã olímpica, prometeram dar toda estrutura, mas não te deram nem plano de saúde. Mesma situação da Karine que veio de Zurique. As duas ficaram grávidas, não é um acidente, não tem nenhum problema disso. O máximo que ganharam foi exame demissional, assistência zero”, completou.

De acordo com o empresário, ambas atletas, representadas por advogados diferentes, entraram com processo contra o clube na Justiça do Trabalho. O clube confirma a existência do processo, mas prefere não se pronunciar sobre o tema.

“O processo segue em segredo de Justiça e não falaremos sobre este assunto conforme orientação do nosso departamento jurídico”, disse André Lelis, gerente de esportes do Praia Clube.

Duas audiências preliminares já foram realizadas para as partes apresentarem seus argumentos. Uma terceira para tentar conciliar ambos ainda ocorrerá para o juiz. Segundo o empresário, até o ex-jogador Montanaro, gestor do Sesi, foi citado no processo como testemunha.

Eduardo ainda questiona o fato do Praia Clube tentar prejudicar Tandara ao entrar em contato com outros clubes para impedir sua contratação.

“Ainda se não serve para você, que sirva para os outros, mas foram falar mal para outros atletas e técnicos. Isso é triste, lamentável”, afirmou.

O empresário ainda cita um episódio no jogo entre Praia Clube e Minas pela Superliga em que a comissão técnica teria sido proibida de interagir com Tandara.

“Isso aconteceu abertamente, foi solicitado que nenhum membro da comissão técnica falasse com a Tandara. Como alguns tem postura, princípio, falaram mesmo assim. Não teriam porque não falar”, revelou.

Se Tandara conseguiu o acerto com o Minas, Karine segue desempregada. Com toda a confusão de ser mandada embora e sem expectativa de disputar a Olimpíada, ela preferiu cuidar do filho neste momento.

Fonseca ainda representa Fabiola, levantadora da seleção que também está grávida, e que atuava pelo Volero Zurich. Ele cita como ela foi tratada na Suíça pela gestação.

“Tivemos uma situação com a própria Fabiola na Suíça e o time prontamente renovou o contrato dela por mais uma temporada. Ela descobriu a gravidez quatro semanas depois que chegou. Eles pagaram salário até janeiro (data em que ela parou de jogar) e estenderam o contrato. Anteciparam remuneração para não desamparar”, finalizou.

De acordo com a lei trabalhista, uma gestante não pode ser demitida no período da gravidez até se encerrar sua licença maternidade que pode ser de quatro ou seis meses, prazo que é definido entre empregador e empregado.

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