! Brasil encara concorrência dura e pressão sobre Flavinha pela vaga olímpica - 23/10/2015 - UOL Olimpíadas

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Brasil encara concorrência dura e pressão sobre Flavinha pela vaga olímpica

Paula Almeida

Do UOL, em Glasgow (ESC)

Depois de semanas de aclimatação e treinos, a hora chegou. O Brasil estreia nesta sexta-feira no Mundial de ginástica artística em Glasgow, na Escócia, e o objetivo da equipe feminina está bem definido, embora difícil de alcançar: obter a classificação para os Jogos Olímpicos do Rio-2016.

Para carimbar passaporte para a Olimpíada, a seleção brasileira precisa ficar entre as oito primeiras colocadas nas eliminatórias por equipes, ou seja, avançar à final da prova. Os bons treinamentos realizados no Rio, na Alemanha (durante um torneio amistoso) e já na arena Hydra, em Glasgow, animaram o grupo.

“A seleção inteira está tranquila e agora é só tentar fazer o nosso. A gente competiu bem na Alemanha e veio com mais tranquilidade para o Mundial depois daquela competição. O mais importante é a gente ter certeza do que a gente está apresentando. Esse Mundial é diferente de todos os outros, classifica para uma Olimpíada dentro da nossa casa. E a gente colocou uma responsabilidade em nós mesmas de já estar classificadas nesse Mundial para ter um treino tranquilo até a Olimpíada”, afirmou Daniele Hypolito, a mais experiente do time com 31 anos.

“Chance todo mundo tem. Tem um grupo de seleções que são hors-concours, que são Estados Unidos, Rússia e China. Do terceiro ao oitavo, tá todo mundo muito colado. Ainda destaco um pouco mais de repente a Romênia. Então quem errar menos, quem estiver mais seguro na hora da competição consegue”, concluiu a veterana.

Mas é essa concorrência pesada que preocupa a coordenadora da seleção feminina, Georgette Vidor. E ela fala com menos otimismo sobre a classificação.

“Nós temos uma dificuldade porque temos uns seis ou sete times disputando conosco essa vaga aí além dos que já estão certos. Então, é uma competição difícil”, pontuou a coordenadora. Se não ficar entre os oito primeiros, o Brasil precisa pelo menos ficar entre os oito seguintes para poder disputar o evento-teste em abril do ano que vem, o último qualificatório olímpico, já no Rio.

“Nosso maior objetivo é esse. As outras coisas, final individual, final por aparelhos, podem até acontecer, mas essa não é a nossa maior intenção. O que a gente realmente quer é poder classificar diretamente. Ou, se isso não acontecer, ficar o mais próximo da classificação possível. Não há nada mais importante pra gente do que isso”, destacou Georgette.

Em Glasgow, a equipe feminina terá uma mescla de experiência com novidade. Daniele Hypolito e Jade Barbosa, medalhistas em Mundiais, são as veteranas. Flavia Saraiva, Lorrane Oliveira e Thauany Araújo disputam o campeonato pela primeira vez. E Letícia Costa faz sua segunda participação. Rebeca Andrade, uma das principais promessas do país, não veio a Glasgow em razão de uma cirurgia. Com ela, as chances de classificação seriam maiores.

Para Georgette Vidor, o bom momento vivido pelas veteranas será importante. O desempenho das novatas, porém, preocupa um pouco mais, embora, hoje, Flavinha e Lorrane tenham as séries mais fortes da equipe.

“Não sei dizer se é um time ideal, é a equipe que nós temos. Claro que quando você entra com atletas que nunca competiram num Mundial, sempre dá um medo na gente, porque a gente não sabe como elas vão se comportar. Apesar de já terem competido bastante, Mundial é diferente”, ressaltou a coordenadora. “A pressão é diferente, sobretudo um Mundial que classifica para a Olimpíada no seu país. As pessoas dizem ‘ah, é só esquecer’, mas não esquece, fica na nossa cabeça o tempo inteiro. As nossas obrigações, os nossos deveres, são muito maiores do que em qualquer momento da nossa vida. A cobrança é muito grande, sobretudo de nós mesmos”.

Apesar do foco na prova por equipes, o Brasil também tem chances de se classificar para finais individuais, sobretudo com Flavia Saraiva, que tem provas boas de solo e trave e deve se classificar para a decisão do individual geral.

“É claro que se nós fizermos uma boa classificação, sem errar, as nossas possibilidades aumentam para as finais: final por equipe, final individual geral, final até por algum aparelho. Vai depender muito da nossa competição de sexta-feira, como é que a gente vai querer sair. O que realmente interessa mais é a gente conseguir a classificação direta. Essa seria uma medalha de ouro pra gente”, concluiu Georgette.

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