Brasileiros vacilam e país fica sem medalhas no 1º dia do Mundial de judô
Nathalia Brigida e Felipe Kitadai estiveram a uma vitória do pódio no Mundial de judô, mas vacilaram na disputa do bronze. Em um dia em que a campeã olímpica Sarah Menezes caiu na primeira luta, o Brasil saiu sem nenhuma medalha, com um desempenho abaixo do que se poderia esperar.
As derrotas que acabaram com as chances brasileiras foram inapeláveis. Depois de perder para uma bicampeã mundial na semifinal, Nathalia Brigida encarou outra atleta experiente na disputa do bronze. Campeã em 2014, a japonesa Ami Kondo dominou a luta contra a brasileira e venceu por imobilização. Já Kitadai entrou apagado contra o japonês Toru Shishime, demorou a agir na luta e levou um ippon no terceiro minuto.
O saldo não é totalmente negativo porque todos os brasileiros caíram para rivais de peso. Era de se esperar mais, porém, de categorias em que o Brasil teve dois medalhistas nos Jogos Olímpicos de Londres. Sarah Menezes, especialmente, decepcionou.
Ouro em 2012, ela não vem em boa fase e foi derrotada na primeira luta por Charline Van Snick. É verdade que a belga também foi medalhista nos últimos Jogos Olímpicos e tem larga experiência em grandes competições, mas Sarah não está em boa fase e completa dois Mundiais sem subir ao pódio. Até a Rio 2016, terá de melhorar seu desempenho para não ser ameaçada por Brigida, que foi bronze no Pan de Toronto.
A jovem de 22 anos, aliás, foi a melhor do judô brasileiro no primeiro dia. Na briga pela primeira medalha de sua carreira em Mundiais, ela só foi derrotada por atletas mais experientes. Além de Kondo, na disputa pelo bronze, a brasileira havia encarado a japonesa Haruna Asami, duas vezes ouro no Mundial, na semifinal - nas duas disputas Brigida perdeu em uma imobilização.
Na parte inicial da chave, porém, a brasileira esteve muito bem. Apesar de ter sido teoricamente favorecida por uma chave mais fácil, ela mostrou resistência ao vencer duas lutas no golden score e deixou a competição colocando pressão sobre Sarah Menezes.
No masculino, Felipe Kitadai também caiu diante de um rival de peso. Ganbatyn Boldbaatar, da Mongólia, era o atual campeão mundial e venceu o brasileiro por ippon nas quartas. Na repescagem, o judoca verde-amarelo conseguiu se reerguer, venceu o sul-coreano In Hyuk Choi por um shido e foi para a disputa do bronze contra o japonês Toru Shishime, que havia derrotado o também brasileiro Erik Takabatake. Mais uma vez, porém, o bicampeão mundial júnior foi algoz dos brasileiros (veja no vídeo acima).
"É triste fazer uma campanha tão boa quanto eu fiz nesse Mundial que foi muito forte e sair sem medalha. Mas não foi ruim, foi bom porque deu pra perceber que o trabalho está sendo feito da maneira correta. O mais importante foi ver a evolução. Isso serve de motivação para buscar uma medalha em 2016", disse Kitadai.