Mundial aumenta má fase da campeã olímpica Sarah Menezes rumo à Rio-2016
A eliminação na primeira luta do Mundial de judô aumentou a má fase de Sarah Menezes, campeã olímpica em 2012 que têm resultados que variam entre o mediano e o sofrível no atual ciclo. Sem vencer grandes competições desde o ápice da carreira em Londres, a piauiense preocupa para os Jogos de 2016, no Rio de Janeiro.
O Mundial em Astana, no Cazaquistão, foi o segundo seguido em que Sarah não foi ao pódio. Na estreia, ela perdeu de Charline van Snick, belga multimedalhista que ela havia batido na semifinal olímpica há três anos. Era uma rival de peso, é verdade, mas a derrota manteve a brasileira longe da elite da categoria que ela conhece tão bem.
“Fiz uma preparação muito boa, estava muito confiante mas cai numa chave muito dura e não tive sucesso na primeira luta. Perdi para uma atleta por uma punição e quando fui arriscar uma entrada já no final da luta, acabei tomando um contragolpe. Ela teve uma estratégia muito boa e conseguiu me superar. Agora é levantar a cabeça e seguir treinando para ir melhor nas próximas competições”, disse a judoca.
Sarah passou nove meses sem subir ao pódio de nenhuma competição entre julho de 2014 e abril de 2015. A seca incomodou a CBJ (Confederação Brasileira de Judô), que falou em “sinal amarelo” na ocasião. “Isso acontece com todos os atletas em sua primeira medalha. Por mais que você tente trabalhar o lado psicológico, por mais que promova palestras explicando os impactos, eles não imaginam a avalanche que segue no pós-medalha. E isso acaba trazendo prejuízos, no ciclo seguinte”, disse à época Ney Wilson, coordenador-técnico da CBJ.
No período em questão, Sarah havia perdido antes da hora em cinco torneios, caindo na estreia em três deles, um deles o Mundial do ano passado. Antes, seu melhor resultado no ciclo havia sido um bronze no Mundial de 2013, no Rio, quando o terceiro lugar em casa, um ano após o ouro de Londres, já teve um gosto um pouco frustrante.
A essa altura da carreira, não restam dúvidas sobre a qualidade de Sarah. Em sua única vitória desde 2014, justamente aquela que quebrou o incômodo jejum, ela tornou-se campeã do Pan da modalidade (não confundir com o Pan de Toronto) batendo Paula Pareto, argentina que tornou-se campeã mundial nesta segunda.
A questão é que os resultados não têm saído e a concorrência interna aumenta. Como país-sede, o Brasil já tem vaga garantida em 2016 em todas as categorias. A definição da atleta que representará o país, então, é da CBJ, que deve dar preferência a quem está na frente no ranking mundial.
Hoje, Sarah ainda tem uma posição confortável – entrou na semana como décima na lista. Só que Nathalia Brigida, 28ª do ranking, cresce a passos largos. Bronze no Pan de Toronto, ela esteve a uma vitória de repetir a cor da medalha no Mundial e deve subir bastante na classificação após o desempenho no Cazaquistão.
Com etapas de Grand Slam e Masters pela frente até os Jogos Olímpicos, Sarah precisa voltar a vencer de qualquer jeito. Primeiro, para voltar a se posicionar como uma das judocas a serem batidas em sua categoria. Segundo, porque a concorrência interna, tradicionalmente forte, está apertando.