Basquete faz nova proposta para poder jogar em 2016. Atletas apelam também
Foi adiada para o início de agosto uma solução para o imbróglio da CBB (Confederação Brasileira de Basquete) com a Fiba (Federação Internacional de Basquete) que ameaça a vaga olímpica do time na Rio-2016. Em reunião em Toronto, os brasileiros apresentaram nova proposta de pagamento da dívida de cerca de US$ 800 mil com a entidade internacional. Mas a federação internacional só deve dar uma resposta após a reunião do seu conselho.
Os dirigentes da Fiba não quiseram se pronunciar após a reunião. Estavam presentes o presidente da federação internacional, Horacio Muratore, e o secretário-geral, Patrick Baumann. Haverá um encontro do comitê executivo da entidade, no Japão, entre os dias 5 a 7 de agosto, que decidirá se aceita a proposta.
A situação é tão séria que alguns jogadores da seleção brasileira fizeram um apelo, por carta, para dissuadir a Fiba de qualquer sanção. Anderson Varejão, Marcelinho Huertas e Guilherme Giovanonni pediram que o time nacional seja incluído na Olimpíada? A CBB afirmou não ter participação nesta iniciativa, que, segundo a entidade, sensibilizou a Fiba.
A entidade que rege o basquete mundial queria o pagamento integral e de uma vez só da dívida, mas a CBB quer parcelar usando o dinheiro da Nike. O valor do débito não é confirmado por nenhuma das partes.
"O pagamento continua diluído. Mas foi uma proposta diferente dentro das nossas possibilidades. O dinheiro virá da iniciativa privada. Pode ser uma nova empresa", afirmou o presidente da CBB, Carlos Nunes. O débito é referente à compra de uma vaga no Mundial já que o Brasil não se classificou na quadra.
O COB participou da reunião e o seu presidente Carlos Arthur Nuzman mostrou otimismo em relação à questão. "O COB é político. Defendemos os atletas. A CBB apresentou uma proposta boa", disse Nuzman. "É uma questão da CBB com a Fiba. Vocês sabem como é comigo: eu resolveria na hora."
A confederação tem um déficit anual que gira em torno de R$ 6 milhões e R$ 7 milhões. Ficou em situação financeira complicada após perder o patrocínio da Eletrobras e por conta da gestão de Nunes. Agora, o dirigente afirmou que tenta soluções como corte de despesas. E a principal aposta é uma novo patrocínio dos Correios que foi viabilizado pelo governo federal.
"Está bem adiantado. Não posso falar em valores porque há uma cláusula de confidencialidade", contou Nunes.
Atletas e técnicos do time masculino e feminino já manifestaram preocupação com a possibilidade de perder as vagas olímpicas, o que aconteceria caso a dívida não seja paga. Ainda assim, Nunes afirmou que as preparações para os Jogos do Rio-2016 não foram afetadas. "Não houve cortes (de despesas) nas seleções adultas", afirmou.
Caso a vaga não venha nos bastidores, terá de vir na quadra. O time feminino jogará o Pré-Olímpico de Edmonton (CAN) a partir de 9 de agosto e apenas o campeão terá posto assegurado diretamente na Olimpíada e as outras duas seleções que forem ao pódio terão de jogar uma repescagem mundial. Já o time masculino estará em ação no México a partir de 31 de agosto. Os dois melhores vão para a Rio-2016, enquanto outros três terão de jogar o Pré-Olímpico Mundial em 2016.