Mário Jr elogia volta de Escadinha: "Sabe vencer. Estávamos carentes disso"
A volta, aos 40 anos, do líbero Escadinha para a seleção masculina de vôlei causou impacto. O principal? Após dois anos, o time do técnico Bernardinho volta a ter em seu elenco um campeão olímpico. Para um dos maiores impactados pelo retorno, esse espírito vencedor estava em falta desde a saída do veterano, após os Jogos de Londres, em 2012.
“É muito importante essa volta. Ele é um jogador muito experiente e um ídolo. Meu, inclusive”, disse Mário Júnior, titular do Brasil em 2013 e 2014 que deve perder posição para o recém-chegado. “Jogar na seleção é uma responsabilidade muito grande. É um cara muito experiente, é campeão olímpico. E isso é algo de que nosso grupo estava carente. Precisávamos um pouco dessa experiência de ganhar, que estava faltando”, admite o jogador.
O próprio Bernardinho, ao explicar a convocação de Escadinha, explicou que a convocação lembrando do histórico de títulos. “É um líder e exemplo ao longo desses anos na seleção. Ele tem uma história de vitórias e é um exemplo dentro e fora da quadra para o grupo. É um jogador que venceu pela necessidade e liderou pelo exemplo”.
O último ouro olímpico da seleção brasileira masculina foi em Atenas, em 2004. Nas últimas duas edições dos Jogos, o time chegou como favorito, mas acabou superado na final – em 2008, pelos EUA, e em 2012, pela Rússia. O ponta Murilo, capitão do time, é o mais experiente da seleção sem contar Escadinha. Mas, apesar de estar no grupo que conquistou dois títulos mundiais, em 2006 e 2010, nunca venceu uma Olimpíada.
Além dessa necessidade psicológica, a convocação do líbero é também uma necessidade logística. Primeiro, existe uma incerteza sobre a utilização de Mário Júnior na temporada. No ano passado, ele se envolveu em uma confusão durante o Mundial e acabou suspenso pela Federação Internacional por seis rodadas da Liga. A Confederação Brasileira tenta reverter a decisão (que ainda inclui um gancho de dez partidas para o técnico Bernardinho), mas já prevê que o líbero não estará disponível durante toda a primeira fase do torneio.
Segundo, em 2015 a Liga Mundial (finais entre 14 e 19 de julho) e os Jogos Pan-Americanos (entre 10 e 26 de julho) serão disputados no mesmo período. Com isso, dois times serão formados. Junte os dois fatores e o número de líberos necessários para a temporada aumentou.
“Com as novas regras, poderemos jogar com dois líberos na Liga Mundial. No Pan, será só um. De qualquer maneira, em uma mesma data, teremos três líberos em ação. Precisávamos de mais opções. O Serginho (Escadinha) fez uma grande Superliga. E a seleção brasileira é formada pelos melhores jogadores”, explicou Rubinho, auxiliar-técnico de Bernardinho na seleção e que será o técnico do time B no Pan de Toronto.
Além de Escadinha, que joga no Sesi-SP, e Mário Jr (do Piacenza-ITA), serão testados Felipe Silva (Taubaté-SP) e Tiago Brendle (Maringá-PR).