Vídeos

Dupla brasileira faz o que América Latina nunca conseguiu no tênis de mesa

CBTM
Hugo Calderano e Gustavo Tsuboi comemoram vitória no Qatar Open. Dupla foi vice-campeã imagem: CBTM

Do UOL, em São Paulo

Hoje, o Brasil tem em Marcelo Mello e Bruno Soares seus principais nomes do tênis. Mas, há alguns anos, antes também de Gustavo Kuerten e seus três títulos de Roland Garros, ver um brasileiro decidindo um Grand Slam era um sonho improvável.

No tênis de mesa era assim. Era. Porque, no fim de semana, dois atletas nascidos por aqui mostraram que podem, sim, encarar os melhores do mundo. Gustavo Tsuboi, melhor brasileiro no ranking mundial, e Hugo Calderano, medalhista das Olimpíadas da Juventude, foram vice-campeões do Aberto do Qatar.

O torneio valia como uma etapa da Super Series do World Tour da Federação Internacional da modalidade. Seria o equivalente a decidir um Grand Slam da ATP no tênis de campo. Na hierarquia de resultados do tênis de mesa, apenas o Campeonato Mundial e os Jogos Olímpicos superam em importância os Super Series – as finais do World Tour, por exemplo, valem o mesmo no ranking mundial.

Mais do que isso, porém, vale ressaltar o ineditismo desse resultado. Se nos Grand Slams de tênis é comum ver um rodízios de continentes representados nas decisões, no tênis de mesa, asiáticos e europeus eram hegemônicos. Tsuboi e Calderano foram os primeiros tenistas das Américas a chegar tão longe em um evento tão importante.

A principal vitória veio na semifinal, sobre os atuais campeões europeus Ruiwu Tan (da Croácia) e Wang Zengyi (da Polônia), por 3 sets a 0, parciais de 11/7, 11/8 e 11/9. Na final, eles acabaram superados pelo português Marcos Freitas e pelo croata Andrej Gacina (3 a 0, 11/3, 11/5, 12/10).

Em outubro do ano passado, Calderano já tinha conquistado um resultado expressivo. Pela Bundesliga alemã, ele venceu Timo Boll, um dos grandes nomes da história do tênis de mesa. O alemão já foi número 1 do ranking mundial, tem duas medalhas olímpicas e passou os últimos dez anos entre os dez melhores do planeta.

O segredo por trás desse resultado é o intercâmbio brasileiro com a Europa. Calderano, de apenas 18 anos, joga desde o ano passado por um clube alemão. Tsuboi também atua por um clube da primeira divisão alemã. Além disso, a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa tem um técnico estrangeiro, o francês Jean Renee Mourie.

Topo