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Mala do melhor da esgrima do país sumiu. A dor de cabeça já dura 4 meses

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Bruno Doro

Do UOL, em São Paulo

Extravio de bagagem é comum para quem viaja muito. E a dor de cabeça costuma ser gigantesca. Mas imagine que você é atleta olímpico e sua mala com os equipamentos de competição desaparece. Os problemas aumentam. E muito.

É o caso de Renzo Agresta, o melhor esgrimista do Brasil. Em julho, ele estava treinando em Roma e viajou para Kazan, na Rússia. Duas escalas e quatro aeroportos depois, a mala em que estavam todos os seus equipamentos, avaliados em R$ 15 mil, sumiu. Até hoje, quatro meses depois, ele sofre com os efeitos da trapalhada das companhias aéreas.

Em sua mala estavam equipamentos específicos de esgrima (dois trajes de esgrima completos, um de treinos e outro de competição, um colete elétrico, quatro sabres, duas máscaras e tênis de competição), além de itens esportivos mais comuns, como tênis esportivos, material de alongamento e uniformes da seleção brasileira. Nem tudo foi reposto.

“Algumas coisas são específicas e o preço de importação, com todos os impostos, tornaria impossível enviar por correio. Por isso, só vou poder receber do meu patrocinador, uma empresa húngara, quando voltar para a Europa. Até lá, tenho de improvisar”, conta o atleta.

Em Kazan, Renzo disputou o Mundial. Terminou em 52º lugar, usando equipamentos emprestados. “Nunca é a mesma coisa, mesmo que a qualidade do que foi emprestado seja boa. No material que você está acostumado a usar, acaba fazendo customizações que não estão no que é emprestado”, admite.

Quatro meses depois, na semana passada, Renzo disputou o Campeonato Brasileiro. Venceu, levando seu oitavo título. Ainda sem tudo o que precisava para competir. “Como não tinha viagem programada, tive de competir com algumas improvisações. Não tinha todo o equipamento do meu patrocinador, por exemplo. Então, o prejuízo não é só técnico, mas também de exposição da marca”.

A esperança de reaver a bagagem perdida, que, para Renzo, deve estar em algum ponto do aeroporto Charles de Gaule, em Paris, o maior dos aeroportos em que ele fez escala a caminho da Rússia, já não existe. O brasileiro está processando as duas companhias aéreas responsáveis pela viagem, uma francesa e uma italiana.

“Em esportes de precisão, é importante conhecer o equipamento. E quando a bagagem é extraviada, o prejuízo é muito grande. No Mundial de Budapeste, por exemplo, cinco atletas sofreram com isso. Mas o caso do Renzo é diferente. Normalmente, as malas chegam com um ou dois dias de atraso. No caso dele, simplesmente desapareceu”, conta João Souza, advogado do atleta.

Para os curiosos, viajar com equipamento de esgrima não exige preparação especial. “Os sabres não tem corte, não são considerados armas. E a mala é muito parecida com as bolsas de golfe. Então, você só precisa ir até os balcões de entrega de bagagem grande para despachá-las”, conta Renzo.

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