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Proposta para nova eleição para presidente do Congresso é apresentada em Honduras

25/01/2022 00h04

Tegucigalpa, 25 Jan 2022 (AFP) - Jorge Cálix, um dos dois deputados eleitos paralelamente como presidente do Congresso em Honduras, propôs nesta segunda-feira (24) uma nova eleição, para encerrar a crise que ofusca a tomada do poder da esquerdista Xiomara Castro.

"Vamos conversar. Se for preciso, vamos repetir a votação. Me submeto ao escrutínio dos deputados quando eles quiserem. Se há dois projetos, vamos colocá-los em votação", disse Cálix em mensagem gravada. "Se é isso que é preciso para restaurar a paz, vamos fazê-lo."

A crise começou na sexta-feira passada, quando um grupo de parlamentares do partido de Castro, Libertad y Refundación (Libre), rejeitou a proposta da presidente eleita de nomear Luis Redondo, membro do grupo aliado Salvador de Honduras (PSH), cujo apoio foi fundamental para vencer as eleições presidenciais.

Vários dissidentes do partido de Castro apoiaram Cálix. Sua candidatura também contou com o apoio dos grupos de oposição à presidente eleita.

No último domingo, em cerimônias paralelas, Cálix e Redondo foram eleitos presidentes do Congresso, em meio a acusações mútuas de violações legais. O Libre expulsou os dissidentes.

Redondo foi eleito no edifício do Parlamento, mas com o voto de deputados suplentes, enquanto Cálix obteve o apoio de 79 dos 128 deputados em reunião convocada num clube.

Nesta segunda-feira, porém, pelo menos dois dissidentes do Libre que inicialmente apoiaram Cálix se retrataram e anunciaram apoio a Redondo, na véspera do início da primeira legislatura na Assembleia Nacional.

Castro, a primeira mulher que governará Honduras, tomará posse no dia 27 de janeiro e seu juramento deve ficar a cargo, em princípio, do chefe do Legislativo.

Xiomara ganhou as eleições graças a uma aliança com o PSH, em troca de nomear seu candidato presidencial, Salvador Nasralla, como vice-presidente.

A presidente eleita acusa os dissidentes de se aliar ao Partido Nacional (PN, do presidente em fim de mandato Juan Orlando Hernández) para impedir o novo governo de realizar as transformações que prometeu durante a campanha.

Apesar das discrepâncias, Cálix reiterou seu apoio a Castro. "Sempre a apoiei e continuarei a fazê-lo", afirmou, acrescentando que promoveria sua agenda política.

Mas considerou que a presidência do Parlamento deveria caber ao Libre, pois é o partido com mais deputados eleitos (50 de 128).

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