A dúvida não é apenas sobre Yane em 2020. É sobre o próprio esporte
“Essa resposta eu não sei te dar...”, disse o dedicado técnico Alexandre Magno França. E o que ele não sabia dizer na manhã do penúltimo dia dos Jogos Olímpicos é se a sua atleta Yane Marques vai continuar treinando para completar mais um ciclo olímpico em Tóquio. “Ela é quem vai decidir a carreira dela: se vai continuar por mais quatro anos ou se vai parar”.
A dúvida não significa o fim da carreira da porta-bandeira da delegação nacional, uma mulher que fez história no pentatlo moderno com a medalha de bronze conquistada surpreendentemente em Londres. No próximo mês, Yane ainda disputa o Campeonato Mundial Militar na Alemanha e com certeza terá um desempenho melhor do que o apresentado no Rio de Janeiro - ela terminou na 23ª posição.
“Eu sempre falei que nesta olimpíada havia um grupo de 10 a 12 mulheres com chance de ganhar medalha... veja que as campeãs olímpicas de 2008 e 2012 também não se saíram bem”, comentou o técnico, admitindo que o início irregular na esgrima teve influência no resultado final de Yane. “A esgrima teve um impacto muito forte para a classificação dela”.
Nas provas seguintes a recuperação não aconteceu como se esperava, mas mesmo assim ela teve o reconhecimento do público. O major Alexandre França não acredita que a torcida ou o fato de ter carregado a bandeira do Brasil na abertura dos jogos possa ter sobrecarregado psicologicamente a sua atleta.
“A Yane sempre reagiu bem nesses momentos, isso sempre contou a seu favor”, afirma França.
Quanto ao futuro do esporte no país, o técnico mostrou que a realidade não é tão risonha como a sua grande atleta.
Será que o Brasil tem novas Yanes?
O técnico pensou alguns segundos e respondeu:
“Não, no nível da Yane nós não temos ninguém”.
Se ela parar, será que teremos uma representante em Tóquio, em 2020? A esta pergunta, nem o major sabe responder.