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Roberto Salim

"Todo nosso sacrifício valeu a pena", diz Érica, mulher do pugilista Robson

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Roberto Salim

Roberto Salim, repórter da Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, O Globo, Gazeta Esportiva, Última Hora, Revista Placar, ESPN Brasil. Cobriu as Olimpíadas de Barcelona, Atlanta, Sydney, Athenas, Pequim e Londres. Na ESPN Brasil realizou mais de 200 documentários no programa 'Histórias do Esporte', ganhando o Prêmio Embratel com a série 'Brasil Futebol Clube' e o Prêmio Vladimir Herzog.

Colunista do UOL

A pequena Sofia, um ano e nove meses, nasceu para o esporte, provavelmente para o boxe. É o que mamãe Érica e papai Robson querem para o seu futuro. Afinal, trata-se de um casal de pugilistas, que se conheceu na Academia Champion, em Salvador, e teve o casamento anunciado via satélite durante os Jogos Pan-americanos de Guadalajara, em 2011.

No domingo, mesmo sem entender muito o que acontecia, Sofia assistiu, do colo de sua mãe, a histórica vitória de Robson Conceição sobre o cubano, classificando-se para a disputa da medalha de ouro na categoria peso-ligeiro. “Estou tão feliz, estou emocionada, todo nosso sacrifício valeu a pena”, disse Érika, ainda na arquibancada da Arena de Boxe do Riocentro. “A distância da família, os treinos, todas dificuldades que passamos, tudo ganhou significado hoje”.

Érika continua lutando, ainda na categoria 51 quilos. “Se Sofia vai ser lutadora? Claro, está no sangue”.

Quem já está de olho na “pugilista-bebê” é o técnico Luiz Dórea, responsável pela carreira da família: tanto Robson como Érika começaram a vida esportiva na Academia Champion.

“Na verdade, o Robson veio indicado por um outro treinador amigo meu, o Delmo. Ele disse: Dórea tenho um menino que é fantástico e encaminho a você, porque sei que você vai fazer dele um campeão”, contou Dórea, que também está no Rio, embora não integre diretamente a comissão técnica da seleção brasileira.

“Nessa hora é importante estar perto dos meninos”. Dórea sabe bem o que fala: trabalhar com a juventude e tirá-la dos descaminhos da vida faz parte de seu dia a dia como chefe dos investigadores da Delegacia de Camaçari.

“O esporte é uma ferramenta social poderosa no combate as drogas e no resgate das crianças”, acredita Dórea que, quando deixa sua academia e se transforma em policia, anda sempre em companhia de uma metralhadora.

Apesar do cotidiano violento, ele acredita na conversa para convencer jovens infratores. E seu projeto esportivo tem o sugestivo nome de “Campeão da Vida”.

“Quem sustenta meu projeto é o MMA, eu sou treinador das maiores feras, então ganho o dinheiro e coloco no boxe, porque o poder público não auxilia com nada. Aliás, a Bahia não tem nem secretaria de esporte. A Bahia não é a terra do futebol é a terra da luta, das artes marciais, da capoeira, do boxe”.

Hoje, Dorea tem cem crianças em seu projeto. Já teve trezentas. “Temos muitos Robsons lá é só uma questão de dar chances às crianças.”

Sofia com certeza terá a dela!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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