Coluna

Roberto Salim

O avião "congelante" que incomodou as meninas da seleção de futebol

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Roberto Salim

Roberto Salim, repórter da Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, O Globo, Gazeta Esportiva, Última Hora, Revista Placar, ESPN Brasil. Cobriu as Olimpíadas de Barcelona, Atlanta, Sydney, Athenas, Pequim e Londres. Na ESPN Brasil realizou mais de 200 documentários no programa 'Histórias do Esporte', ganhando o Prêmio Embratel com a série 'Brasil Futebol Clube' e o Prêmio Vladimir Herzog.

Colunista do UOL

O torcedor olha os resultados da seleção brasileira e pensa: essas meninas estão com a vida mansa. Não estão. Marta e companhia venceram, é verdade a China por 3 a 0 e a Suécia por 5 a 1, mas nem no dia de folga descansaram. A delegação chegou na Vila Olímpica a uma da manhã, foi para a cama as três da madrugada, o grupo acordou as sete, embarcou para Manaus as onze e meia e só almoçou as quatro da tarde deste domingo.

“E ainda fez um voo gelado de quatro horas de duração”, queixou-se o supervisor da equipe, o médico Marco Aurélio Cunha. “Eu pedi para os comissários, mas não teve jeito, todos corremos o risco de pegar um resfriado”.

O pior é que chegando à capital amazonense a seleção enfrentou a temperatura de 37 graus. Paciência... mesmo porque o time de Oswaldo Alvarez, já classificado para a próxima fase da Olimpíada, poderá poupar algumas jogadoras. É possível que ele comece o jogo contra a África do Sul com seis reservas, incluindo aí o descanso da guerreira Formiga.

Já o caso da artilheira Cristiane é que preocupa mesmo. Ela sofreu uma contusão na coxa, na partida contra as suecas, deixou o campo e vai ser avaliada nesta segunda-feira.

“A lesão muscular é uma lesão que se esconde, não dá para precisar de imediato o grau de gravidade. Vamos fazer exames e saber o tempo de recuperação”, explicou Marco Aurélio, evidenciando uma ponta de preocupação.

Em caso de impossibilidade de contar com ela nas próximas partidas, existe a chance de chamar uma das suplentes que, no caso, seria a goleadora Darlene. “Mas não vamos falar disso agora, seria apenas especulação”.

Certeza mesmo é que o time fez até o momento uma campanha histórica sob o comando de Vadão, um legítimo discípulo de Zé Duarte, que convencia suas jogadoras da seleção brasileira com sabedoria, conhecimento futebolístico e, principalmente, carinho e respeito.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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