A correria de Yane Marques, a porta-bandeira do Brasil
Nem bem chegou em sua casa em Recife, dona Gorete recebeu um telefonema de sua filha Nana na noite desta quinta-feira: ”Mãe, treino sexta-feira cedo em Curitiba, viajo à tarde para o Rio, troco a roupa , vou direto para o desfile no Maracanã, volto de madrugada para o Paraná e logo às nove horas estarei treinando de novo”.
Nana é Yane Marques, a porta-bandeira da delegação brasileira.
E como estivesse competindo no pentatlo, ela vai fazer uma verdadeira maratona para continuar treinando sem perder o passo.
“A Galega é mais milica do que eu“, define o major Alexandre França, treinador da pernambucana.
Ele tomou todas as precauções para que ela não seja prejudicada por participar do desfile de abertura dos Jogos Olímpicos.
“Ele me disse que por um lado é bom a Yane participar, mas por outro, vai perder alguns momentos de treino”, revelou Denise, esposa do treinador. “Ele disse que é ótimo para o esporte, mas a Yane não pode perder o foco, o ritmo. Então é vapt-vupt, ela sai do desfile e já volta para Curitiba”.
O técnico nem pensou em acompanhar sua atleta ao Rio de Janeiro. Vai permanecer em Curitiba, onde 9 delegações estrangeiras do pentatlo estarão treinando.
“É um bom momento para que a gente retribua o que fazem por nós quando estamos fora do país”.
A orientação que o treinador deu à Galega?
“A recomendação que dei é que ela curta o momento, vai ser o desafogo dela, vai sair um pouco da rotina desgastante de uma prova ingrata como o pentatlo”.
Dona Gorete também não irá ao Maracanã. Mas vai fazer uma grande festa em sua casa e receberá muitos parentes de Afogados de Ingazeira, cidade da sua menina:
“Lá a gente fazia pastel, empada e coxinha para vender, mas na festa do desfile vou fazer alguma coisa mais fácil para comer”.
A verdade é que todos estão orgulhosos: Dona Gorete em Recife, Denise em Porto Alegre e Alexandre em Curitiba.
E você Yane, como está se sentindo? “Eu? Eu estou orgulhosa... é uma honra para mim carregar a bandeira do meu país”.