Bruno Doro*
Em Pequim (CHN)
A busca de Michael Phelps pelas oito medalhas de ouro em uma mesma edição dos Jogos Olímpicos continua levando o norte-americano a patamares nunca antes alcançados no esporte. Depois de tornar-se o maior recordista mundial da história, ele se tornou o maior campeão olímpico de todos os tempos, com 11 ouros, cinco deles em Pequim.
Na noite desta terça-feira, no Cubo d´Água, Michael Phelps conquistou a décima medalha dourada em duas edições dos Jogos ao vencer os 200 m borboleta. Phelps cravou 1min52s03, novo recorde mundial da prova. O húngaro Laszlo Cseh foi o medalhista de prata com o tempo de 1min52s70, seguido pelo japonês Takeshi Matsuda com a marca de 1min52s97. O brasileiro Kaio Márcio de Almeida também competiu na prova e, com 1min54s71, ficou com o sétimo lugar. Com a medalha que tinha conquistado na manhã desta terça (horário de Brasília), Phelps já tinha entrado no grupo dos maiores olímpicos da história, com nove títulos.
Em seguida, mesmo cansado, Phelps voltou à piscina para abrir o revezamento dos Estados Unidos na final do 4 x 200 m livre. Com a primeira marca mundial abaixo dos 7 minutos, 6min58s56, o quarteto completado por Ryan Lochte, Ricky Berens e Peter Vanderkaay quebrou o recorde da prova e aumentou a conta do fenômeno da natação, que soma agora 11 ouros olímpicos.
A nova vitória fez Phelps superar, com folga, Mark Spitz, sete ouros em Munique-1972 e dois no México-1968 - ele já tinha tirado do veterano a marca de recordes mundiais. Além deles, outras três lendas olímpicas caíram diante do fenômeno das piscinas.
Carl Lewis é o maior nome da história do atletismo de pista, com nove ouros em quatro provas diferentes e dez medalhas olímpicas no total. O maior nome das provas de fundo e meio-fundo é o finlandês Paavo Nurmi, dono de nove títulos olímpicos antes de ser proibido de competir sob acusação de profissionalismo. A quarta de lista de recordistas é a ginasta Larisa Latynina. Ela não só é dona de nove recordes, como também de 18 medalhas olímpicas.
Em Pequim, Phelps está nadando para quebrar o recorde de Spitz de 1972, em que conquistou sete medalhas de ouro. Para isso, o jovem nadador de 23 anos já conquistou os 200 m livre, 4x100 m e 4 x 200 m livres, 200 m borboleta e 400 m medley. Pela frente ainda estão o revezamento 4 x 100 medley, os 200 m medley e os 100 m borboleta.
Segundo análise do técnico norte-americano Mark Schubert, as provas em que Phelps está mais exposto são o último medley individual e a prova mais curta do nado borboleta. Nas duas, porém, o fenômeno entra na piscina com os melhores tempos do ano.
"Mesmo se Phelps não quebrar o recorde de ouros, será muito bom acompanhar seu esforço. Mas nunca devemos ignorar que (Ryan) Lochte, nos 200 m medley, está muito rápido. Ele não estava se sentindo bem nos 400 m (medley, em que ficou em terceiro, mesmo nadando com problemas estomacais). Mas, na minha opinião, os 100 m borboleta são o maior problema".
*Atualizada às 00h35