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Tiago Camilo comemora

Dono de 12 medalhas olímpicas e quatro títulos mundiais, O Brasil é, atualmente, uma potência do judô no planeta. Em Olimpíadas, a primeira medalha veio em Munique-1972. Chiaki Ishii, japonês naturalizado brasileiro, foi bronze nos meio-pesados. Chiaki foi o primeiro da dinastia da família no judô. No Pan de Caracas, em 1983, Tânia Ishii - sua filha mais velha - faria história ao ser a primeira medalhista mulher brasileira nos Jogos e teria os passos seguidos pela irmã, Vânia Ishii, ouro no Pan de Winnipeg-1999.

Ishii deu início a uma verdadeira revolução no judô brasileiro. Em 1988, o Brasil esteve no topo do mundo pela primeira vez, com o ouro de Aurélio Miguel nas Olimpíadas de Seul-1988. Quatro anos depois, Rogério Sampaio conquistou o segundo ouro olímpico do país, em Barcelona.

AS MEDALHAS DO JUDÔ
OURO
  • Seul-1988

    Categoria meio-pesado - A. Miguel

  • Barcelona-1992

    Categoria meio-leve - R. Sampaio

PRATA
  • Los Angeles-1984

    Categoria meio-pesado - D. Vieira

  • Sydney-2000

    Categoria leve - T. Camilo

  • Sydney-2000

    Categoria médio - C. Honorato

BRONZE
  • Munique-1972

    Categoria meio-pesado - C. Ishii

  • Los Angeles-1984

    Categoria leve - L. Onmura

  • Los Angeles-1984

    Categoria médio - W. Carmona

  • Atlanta-1996

    Categoria meio-leve - H. Guimarães

  • Atlanta-1996

    Categoria meio-pesado - A. Miguel

  • Atenas-2004

    Categoria leve - L. Guilheiro

  • Atenas-2004

    Categoria meio-médio - F. Canto


O primeiro título mundial demorou ainda mais. Só em 2005 o Brasil chegou ao posto, com João Derly (66 kg), no Cairo. No Mundial seguinte veio o auge. Com o Mundial do Rio de Janeiro, foram três medalhas de ouro, com o bicampeão Derly, além de Tiago Camilo (81 kg) e Luciano Corrêa (100 kg).

A Origem

O judô tornou-se um esporte conhecido no Brasil a partir da primeira década do século 20, quando a modalidade foi trazido por uma comitiva de lutadores japoneses itinerantes que fazia exibições pela América do Sul. Vinda do Chile e da Argentina, a trupe fez suas primeiras apresentações em Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Belém e Manaus, onde alguns deles acabaram se estabelecendo. Lá, eles começaram a dar aulas para os habitantes da cidade nas instalações do Atlético Rio Negro.

Em 1917, Mitsuo Maeda, comumente chamado de Conde Koma e um dos principais integrantes daquele grupo original, retornou ao Brasil para se estabelecer em Belém (PA). Maeda chegou a trabalhar na Companhia Industrial Amazonense e, paralelamente, passou a ensinar judô na capital paraense.

Em 1925, outro japonês, Takaji Saigo, tentou divulgar o judô em São Paulo, sem sucesso. Três anos mais tarde, Géo Mori passou a se apresentar em circos, aceitando desafios para lutar. Isso estimulou o surgimento de outros judocas, principalmente nas cidades de Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Aos poucos, o esporte tornou-se popular, principalmente com a chegada dos imigrantes japoneses no pós-guerra. Entretanto, apenas em 18 de março de 1969 foi fundada a Confederação Brasileira de Judô, sendo reconhecida oficialmente três anos mais tarde.

Seis anos antes, porém, nos Jogos Pan-Americanos de São Paulo (63), o judô era disputado pela primeira vez. O Brasil conquistou três medalhas, começando uma tradição em Pans. Lhofei Shiozawa conseguiu o ouro e mais tarde se consagraria por ser o primeiro tupiniquim no judô de uma Olimpíada (Tóquio-1964). Ainda em São Paulo, Jorge Mehdi e Milton Lovato conquistaram a prata.