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Judocas treinam os golpes

Não existem dúvidas de que foi no Japão que a prática das artes marciais se firmou e floresceu, partindo para o mundo como um esporte internacional, dividido em uma série de modalidades. Durante o período feudal do Japão, no apogeu dos samurais, foram desenvolvidos sistemas de lutas com e sem armas. A arte de combater sem armas fez surgir novas escolas. Sobreviveram, no final, dois tipos de combate: o sumô, que é a luta corporal, e o jiu-jitsu, com base na habilidade.

Jigoro Kano, professor e estudioso do jiu-jitsu, julgou necessária a criação de um estilo menos violento. Para isso, fundou em 1882 sua própria escola, a Kodokan, passando a ensinar uma nova modalidade, a qual chamou judô, palavra surgida dos conceitos "ju" (suave) e "do" (caminho) e que pode ser traduzida como "caminho da suavidade". A intenção é o fortalecimento não só da parte física, mas da mental e espiritual, de forma conjunta.


Em 1909, o Japão recebeu um convite do Barão de Coubertin para integrar o Comitê Olímpico Internacional (COI), e Jigoro Kano foi selecionado para representar o país, tornando-se o primeiro membro asiático da organização. Precisando de atletas e de uma estrutura organizada, o Japão criou em 1911 a Associação Atlética Amadora do Japão, e Kano foi nomeado seu presidente. O novo cargo lhe permitiu viajar ao exterior para divulgar o judô e também codificar as regras praticadas pelas diferentes escolas.

Hora de competir

A primeira competição internacional foi disputada em 1926, entre a escola japonesa Budokai e uma equipe da Alemanha. Porém, apenas em 1952 foi fundada a Federação Internacional de Judô (IJF). Pouco depois, em 1956, foi realizado o primeiro Campeonato Mundial.

Considerada a mais nobre das artes marciais, o judô é uma das duas únicas disputadas nas Olimpíadas (a outra é o taekwondo, incluído desde Sydney-2000). Foi introduzido no programa oficial olímpico em Tóquio-1964, justamente no Japão, beneficiado pela prioridade que cada país organizador tinha para designar um esporte. Um ano antes, já havia sido incluído no programa pan-americano, nos Jogos de São Paulo.

Em sua estréia olímpica, a modalidade foi dominada pelos japoneses. Das quatro medalhas de ouro possíveis, o Japão venceu três, sendo que na modalidade em que perdeu, a absoluta, fez o vice-campeão. Na edição seguinte, porém, na Cidade do México-1968, o judô não fez parte do programa da Olimpíada, voltando definitivamente em Munique-1972.

Desde então, outras potências surgiram, como a antiga União Soviética, a França e a Coréia do Sul. A inclusão de categorias femininas se deu apenas em Barcelona-1992.