Em Los Angeles-1984, o técnico da seleção norte-americana, Eddie Borysewicz, usava um expediente no mínimo macabro para fortalecer seus atletas: a autotransfusão de sangue. Dias antes das competições, os atletas tiravam sangue e este era congelado para que, momentos antes da prova, fossem recolocados nas veias dos ciclistas com um teor de hemoglobina em circulação maior, o que amplia a resistência. O estranho procedimento deu resultados e os norte-americanos bateram os europeus e conquistaram quatro medalhas de ouro, três de prata e duas de bronze.
Os Jogos de Antuérpia-1920 reservaram um momento curioso. Com um território pequeno e recortado por trilhos, os belgas não tiveram outra opção para realizar o percurso de estrada. Os competidores teriam que cruzar as linhas de trem, mas o transporte do país não podia parar. Restou aos fiscais pararem os ciclistas quando o trem se aproximasse e contar os minutos de espera. O vencedor da prova de estrada foi o sul-africano Henry Gustav Kaltenbrun, que acabou perdendo a medalha quando os organizadores descobriram que o sueco Harry Stenqvist havia perdido mais de quatro minutos aguardando um trem passar.
Atenas-1896 reservou um fato dignamente olímpico. Nos 100 km de estrada, o francês Léon Flameng e o grego Georgios Kolettis foram os únicos a completar a prova. Quando ostentava uma vantagem de três voltas sobre Kolettis, Flameng viu que a bicicleta de seu rival havia quebrado. Ele parou e esperou que o grego voltasse à competição. No entanto, quando o francês sofreu uma queda, Kolettis não repetiu a atitude de seu adversário e continuou correndo. Mesmo assim, Flameng venceu com uma vantagem de sete voltas. A prova não teve um medalhista de bronze e o francês foi quem ganhou mais medalhas na modalidade.