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Canoagem

Michael Kappeler/AFP

Alemanha fica no topo da canoagem, mas supremacia está ameaçada

Veja os brasileiros

09/08/2008 - 16h39

Canoagem termina com Alemanha líder e revela novas potências

Do UOL Esporte

Em São Paulo

Foi por pouco, mas a Alemanha conseguiu manter a supremacia na canoagem olímpica após as disputas em Pequim-2008. Os germânicos garantiram um bom desempenho nas provas de velocidade, em que chegaram duas vezes ao lugar mais alto do pódio, igualando os húngaros, seus tradicionais rivais neste esporte.

A vitória que fez a diferença veio na categoria K1 Slalom masculina. A Eslováquia dominou as provas de slalom, vencendo três em quatro finais. A única categoria não vencida pelos eslovacos teve vitória alemã, o que garantiu um número superior de medalhas para o país no torneio olímpico.

Em Pequim-2008 houve espaço para a confirmação de novas forças no esporte, como Belarus e Espanha, que tiveram nestes Jogos Olímpicos suas primeiras medalhas de ouro na modalidade.

A antiga União Soviética ainda lidera o quadro de medalhas olímpicas da canoagem, com 29 ouros num total de 51 medalhas. Porém, os alemães saem destes Jogos Olímpicos com número maior de conquistas (57), sendo 25 delas douradas.

BRASIL NA CANOAGEM NAS OLIMPÍADAS
EFE
Nivalter Santos encerrou o torneio na 14ª colocação nas categorias C1 de 500 m
AP
Poliana de Paula também obteve a 14ª posição na classificação geral do torneio
NIVALTER É APOSTA PARA O FUTURO
CONFIRA A DESPEDIDA DE POLIANA
FINAIS ÁGUAS PLANAS (DIA 1)
FINAIS ÁGUAS PLANAS (DIA 2)

As mulheres tiveram atuação decisiva para manter a Alemanha como potência na canoagem, vencendo uma disputa difícil com as húngaras na categoria K4 500 m. A vitória apertada em cima das atuais recordistas mundiais da prova, por 74 centésimos, fez a diferença para igualar a Eslováquia na contagem de medalhas de ouro no torneio olímpico, terminando com três cada.

O Brasil na modalidade

Os brasileiros Nivalter Santos e Poliana de Paula chegaram ambos às semifinais das categorias em que competiram.

Em sua estréia olímpica, Nivalter disputou as categorias C1 500 m, sua especialidade, e também a C1 1000 m. O brasileiro teve melhor desempenho na prova a qual está mais acostumado, terminando na 14ª posição do ranking final do torneio olímpico, com o tempo de 1min56s na semifinal.

Na categoria C1 1000 m, Nivalter apostou numa saída de força para tentar chegar à final. Entretanto, o canoísta não suportou o ritmo pesado da prova semifinal, com trajeto mais longo em relação à sua especialidade, e não se classificou, ficando com a marca de 4min12s, que lhe conferiu a 17ª posição no ranking geral.

O sergipano de 20 anos tem tempo para construir uma trajetória vencedora no esporte. “O auge de um atleta de canoagem é entre 25, 26 anos. Nivalter tem um grande futuro. Ele competiu contra países de enorme tradição na canoagem, atletas que competem todo fim de semana e foi muito bem”, elogiou o técnico Pedro Sena, que descobriu o atleta em um projeto social esportivo.

Poliana de Paula chegou a Pequim literalmente “no susto”. Às vésperas da competição olímpica, a brasileira herdou uma vaga que rodou o mundo atrás dela. Após a desistência de uma argelina, a vaga olímpica foi oferecida ao Quênia, que rejeitou a oferta, que então chegou à atleta com melhor classificação nas Américas ainda fora das Olimpíadas: Poliana.

Na competição da categoria K1 Slalom em Pequim-2008, a brasileira chegou à semifinal e ficou na 14ª posição na classificação geral do torneio olímpico. Poliana atingiu exatamente a meta traçada para estes Jogos Olímpicos e se disse contente com o resultado após sair uma etapa antes da final, com o tempo de 168s29.

A disputa palmo a palmo da canoagem

As finais da canoagem em Pequim-2008 foram marcadas por uma equilibrada queda de braço entre os competidores. Foram poucas as provas em que se pôde ver um líder isolado. O torneio olímpico mostrou que o esporte vem se desenvolvendo globalmente, vide o equilíbrio no quadro de medalhas.

Manan Vatsyayana/AFP
Eslováquia dominou na categoria slalom
MEDALHAS DA CANOAGEM

Ao todo foram 12 medalhas de ouro distribuídas nas provas de águas planas. Alemanha e Hungria, ainda potências, e Belarus, que encostou nos líderes nestas Olimpíadas, se isolaram dos demais competidores com duas vitórias cada.

No restante de pódios foram seis campeões olímpicos vindos de seis lugares diferentes do globo. Países até então sem medalhas de ouro na canoagem, como Espanha e China, além da presença de medalhistas de ouro da Austrália, Ucrânia, Grã-Bretanha e Rússia.

Nenhum recorde foi quebrado em 2008. A tônica das competições foi realmente a disputa acirrada por medalhas. A disputada categoria K4 500 m feminino, por exemplo, foi decidida por 74 centésimos, que deram a vitória à equipe alemã. Os bielo-russos se deram melhor sobre os alemães na prova da categoria C2 1000 m masculino, em que a vitória foi definida numa vantagem de 22 centésimos de segundo.

Ao contrário da paridade em águas planas, as provas de slalom mostraram a força da Eslováquia na categoria. Havia quatro medalhas de ouro possíveis, das quase três foram para os eslovacos. A Alemanha venceu a prova da K1 masculina, o que garantiu sua supremacia nesta edição dos Jogos Olímpicos.

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