Nayara Figueira

"Eu fiz só um mês de natação. Fui aprender a nadar mesmo fazendo nado sincronizado. Antes, eu só sabia como não me afogar"

Nayara Figueira conquistou a vaga para sua primeira Olimpíada ao lado de Lara Teixeira na prova de dueto no Pré-Olímpico, disputado em abril no Parque Aquático da China, o Cubo D´Água. A dupla obteve o 10º lugar na classificação geral.

Na rotina livre, o conjunto repetiu a apresentação que rendeu ao Brasil a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, ao som de frevo. Mas, para a atleta paulista, a classificação olímpica foi sua estréia de luxo, uma vez que, no torneio continental, o Brasil foi representado por Lara e Caroline Hildebrandt no dueto. Na disputa por equipes, porém, Nayara conquistou a medalha de bronze em seu primeiro Pan, atrás de Estados Unidos e Canadá.

Única atleta da seleção brasileira de nado sincronizado que nasceu em São Paulo e defende uma equipe paulista, Nayara teve de se mudar provisoriamente para o Rio de Janeiro durante a preparação para o Pan. "Foi uma decisão conjunta. Eu e a comissão achamos que seria melhor eu estar perto das outras meninas", justifica ela, que teve uma trajetória itinerante: dividiu uma casa com as colegas da seleção, depois foi hospedada com parentes e chegou até a passar um tempo em um hotel.

Como muitas de suas colegas de seleção, Nayara passou pela natação antes de entrar para o nado sincronizado, mas foi por pouco tempo. O primeiro contato com a modalidade foi durante uma apresentação no complexo esportivo do Ibirapuera, conhecido atualmente mais por receber competições de atletismo, jogos de vôlei e treinos do judô. "Minha prima começou primeiro, mas parou. Eu fiquei apaixonada e continuei."

Pouco tempo depois, ela foi chamada para um teste no Paineiras, clube que defende até hoje. Para atuar pelo Brasil, contudo, ela precisou ir ao Rio de Janeiro. "Quando eu estava passando para o juvenil, fui fazer um teste lá e entrei", lembra. Sua primeira competição foi o sul-americano da categoria, disputado em Medellín, na Colômbia, em 2001. E o Brasil foi campeão por equipe. Nas edições de 2003 e 2005, o título se repetiu e Nayara também foi campeã no solo.

A chegada ao time adulto foi em 2004. "Eu já treinava com a seleção principal em 2003, quando ainda era júnior, mas sem participar de competições. Após o Pan, a equipe passou por uma renovação e eu fiquei."

A despedida da categoria de base foi o Mundial Júnior de Moscou, em 2004, quando o Brasil foi finalista na disputa por equipe e na rotina livre combinada. Na mesma temporada, Nayara ajudou a seleção adulta a vencer o Sul-Americano. Em 2006, ela foi campeã de solo no torneio, além de integrar a equipe e a rotina livre, que também levaram ouro. No ano passado, participou do Mundial de Melbourne, na Austrália.