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A quatro dias dos Jogos, Jaqson foi cortado

Jaqson

"Eu agüentava a dor, mas não conseguia fazer arremessos. Foi a maior superação pela qual já passei, mas era o Pan do Brasil"

Data de nascimento
03/01/1979
Local de nascimento
Descanso (SC)
Residência
São Bernardo (SP)
Peso e altura
98 kg / 1,92 m
Posição
Armador esquerdo
Participação em Olimpíadas
2004

O amor inicial era pelo futebol, mas o catarinense Jaqson acabou trocando os pés pelas mãos na escolinha da AABB de São Miguel do Oeste (SC), decisão que mudaria sua carreira. Nascido na cidade de Descanso, também em Santa Catarina, o armador esquerdo resolveu inscrever-se para jogar futebol, mas também passou a treinar handebol.

“A intenção era mesmo jogar futebol, mas acabava revezando, jogava três vezes por semana e duas eu fazia handebol”, relembra o veterano de 29 anos. Posteriormente, ele chamou a atenção do então técnico do Brasil, Alexandre Schneider, durante os Jogos Escolares, ainda atuando em sua cidade natal, Descanso.

O treinador o convidou para jogar em Concórdia, também no estado de Santa Catarina, e, em pouco tempo, o armador esquerdo já crescia no esporte. Em 1997, ele chegou a recusar um convite para atuar por um clube da Alemanha e mudou-se para São Paulo.

Com os fortes treinos físicos a carreira de modelo que chegou a começar ficou para trás. “Eu fui ganhando corpo e o mundo de modelo exige pessoas muito magras. Então deixei de lado”, afirma ele, que ficou cinco anos no São Caetano e defende a Metodista desde 2006.

Presença constante defendendo as cores do Brasil, Jaqson fez parte do grupo que conquistou o inédito título no Pan de Santo Domingo-2003. Ele conquistou o seu espaço no time que representaria o Brasil nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, mas foi um dos últimos convocados. O armador só integrou a seleção olímpica no final de junho, pois na primeira convocação, pediu dispensa ao técnico Rigolo alegando "problemas pessoais".

Quarto maior goleador da seleção nos Jogos, Jaqson marcou 16 gols no campeonato, atrás apenas de Bruno Souza, Adalberto e Helinho. Além disso, ele impressionou pelo vigor física, notável em seus 1,92 m de altura e 98 kg. Suas características defensivas foram muito usadas. Em seis partidas, ele levou quatro punições por dois minutos e um cartão vermelho.

O desempenho rendeu uma volta aos dias de modelo. Retornando de Atenas, ele participou de um desfile no Brasília Fashion Week. Fora das quadras, ele também se dedicou à faculdade de Publicidade, que não completou, e atualmente cursa Educação Física, pensando em abrir uma escolinha de handebol ou ser personal-trainer.

Em 2007, Jaqson passou pela sua maior superação. Durante as quartas-de-final do Pan-Americano do Rio, ele rompeu os ligamentos do cotovelo. Sabendo da gravidade da lesão, o jogador despistou os médicos e se recusou a fazer exames. Mesmo debilitado e não podendo ajudar o Brasil no ataque, Jaqson participou jogando apenas na defesa nos dois últimos jogos e garantiu o bicampeonato. Agora ele se preparava para sua segunda participação olímpica, porém em 4 de agosto foi divulgado que o atleta foi pego em exame antidoping. Após o anúncio, o armador foi cortado da delegação.