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30/08/2008 - 08h42

Trilha sonora dos ouros brasileiros vai de Whitney Houston a hip hop

Roberta Nomura
Em São Paulo
Os momentos que antecederam os três ouros olímpicos brasileiros nos Jogos Olímpicos de Pequim incluem dose extra de confiança e um repertório musical bem eclético. Enquanto Maurren Maggi ouviu variações que foram de Whitney Houston a Bon Jovi, a levantadora Fofão foi para a final do vôlei embalada por batidas do hip hop.

Zé Paulo Cardeal/TV Globo/Divulgação
Campeões olímpicos, Fofão (e), Cielo (c) e Maurren participam de programa de TV
ATLETAS APROVEITAM EXPOSIÇÃO
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Cada particularidade das conquistas foi recordada pelos atletas, que durante a gravação do programa Altas Horas relataram com detalhes os rituais de preparação horas antes das competições que garantiram as três únicas medalhas de ouro do Brasil.

"Dormi muito pouco aquela noite. Por volta das 2h da manhã andei pela Vila Olímpica pensando na prova. Só consegui dormir lá pelas 5h e acordei 7h30. A todo momento ficava mentalizando a prova. Às 15h30 me arrumei e fiquei ouvindo Whitney Houston e Bon Jovi. Fui para a pista super alegre. Estava parecendo uma doida. Nunca fui desse jeito, mas estava assim porque sabia que ia fazer uma grande prova", relembrou Maurren Maggi, campeã olímpica no salto em distância, com 7,04 m.

O primeiro ouro da natação brasileira na história dos Jogos Olímpicos chegou nos 50 m livre, dois dias após a conquista de um terceiro lugar nos 100 m do mesmo estilo. "Esse bronze mudou todo o cenário. Entrei com confiança nos 50 m livre que é a minha prova", contou César Cielo.

Classificado com o oitavo tempo para a final dos 100 m livre -o pior entre os finalistas-, o brasileiro pensou apenas em fazer uma boa prova, mas ouviu do técnico australiano Brett Hawke: "pega o agasalho do pódio". O resultado foi o bronze.

Na final dos 50 m livre a ansiedade foi controlada com maior dificuldade. "Na semifinal tinha batido o recorde olímpico e depois pensei: ' se ficar em segundo, o Brasil vai cair em cima de mim'. Passei o dia nervoso, com frio na barriga, mas consegui dormir. Na hora de acordar, desliguei o alarme já pensando na prova. Antes de ir para a piscina você fica naquela salinha que tem um clima tenso, você respira nervosismo lá", disse Cielo, que bateu o recorde olímpico com o tempo de 21s30.

O nervosismo de Maurren e Cielo foi compartilhado pela levantadora Fofão. Para espantar a ansiedade antes da final, a veterana jogadora de 38 anos foi para o Ginásio Capital ouvindo hip hop.

Os métodos particulares aliados à preleção do técnico José Roberto Guimarães fizeram efeito e com o placar de 3 sets a 1, a seleção brasileira feminina de vôlei conquistou o inédito ouro olímpico.

"A tensão nos acompanha desde a hora que acordamos até a hora que acaba o jogo", afirmou Fofão, que se despede do time nacional após 17 anos, com dois bronzes e um ouro conquistados em Jogos Olímpicos.

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