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28/08/2008 - 08h47

Em inversão de papéis, mulheres curtem badalação antes dada aos homens

Roberta Nomura
Em Guarulhos (SP)
O inédito ouro olímpico já provocou mudanças imediatas na rotina da seleção brasileira feminina de vôlei. Badalada, a equipe comandada pelo técnico José Roberto Guimarães curte o tratamento geralmente dedicado aos homens e rouba a cena na chegada ao Brasil.

Paulo Whitaker/Reuters
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Diego Padgurschi/Folha Imagem
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Um dia após o retorno do time masculino, as jogadoras brasileiras foram recebidas por um batalhão de jornalistas, fato que não ocorreu na entrevista coletiva da equipe dirigida por Bernardinho.

"Acho que elas ainda não têm idéia do feito obtido. O reconhecimento do nosso povo é a melhor recompensa que se pode receber. É muito bom ver as pessoas com orgulho do que a gente fez", afirmou Zé Roberto. Um dos momentos mais marcantes para o treinador ocorreu ainda dentro do avião.

"Me emocionei com os dois caças [aviões da Força Aérea Brasileira] que apareceram ao lado do nosso avião. Lá na China a gente não tem a menor idéia da proporção que as coisas tomaram aqui", disse.

Após a primeira entrevista em solo nacional depois dos Jogos Olímpicos de Pequim, a delegação brasileira desfilou em carro aberto pelas ruas do centro de São Paulo.

"Ainda não entendi a medalha, o momento. Às vezes parece que minha ficha ainda não caiu e que estamos sonhando", declarou a ponteira Paula Pequeno. O ouro inédito fez parte inclusive das perguntas destinadas aos homens no dia anterior.

"Foi fantástico. Elas chegaram ao ápice no momento perfeito. Estavam com um jogo dinâmico. Depois de tantos anos, a Fofão foi coroada com a medalha de ouro. Elas foram à final, conquistaram o ouro e que possam continuar e se manter no topo", falou o técnico Bernardinho, que já dirigiu o time feminino.

Embora a euforia com o ouro seja grande, o técnico Zé Roberto acredita que manter uma hegemonia como a obtida pela seleção masculina, que conquistou praticamente tudo nos últimos oito anos, está fora da realidade.

"É incontestável tudo o que eles já conquistaram. Tomara que a gente consiga fazer uma história parecida. Temos que continuar da mesma maneira que encaramos os últimos quatro anos, porque acho que encontramos a fórmula ideal de como vencer. Mas para chegar perto dos feitos do time masculino ainda falta muito", opinou o treinador.

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