UOL Olimpíadas 2008 Notícias

24/08/2008 - 06h56

Bernardinho se emociona ao ver Bruno chorar na final do vôlei

Lello Lopes
Em Pequim (China)
A derrota do Brasil para os Estados Unidos na final dos Jogos Olímpicos de Pequim deixou alguns jogadores da seleção masculina de vôlei inconsoláveis. Entre eles o levantador Bruno Rezende, último atleta a entrar no time, na metade do ano passado.

O técnico Bernardinho foi ao encontro do jogador para tentar animá-lo. Um abraço, um tapinha nas costas, uma palavra de força. E então seguiu em frente para consolar um outro atleta da seleção.

Mas o gesto de Bernardinho com Bruno tinha uma diferença. O levantador é filho do técnico da seleção brasileira de vôlei.

"Sempre é mais fácil lidar com a própria dor. Com a dor dos outros é horrível, com a dor do meu filho é impossível. Não dá nem para ir ali e abraçar como o pai, você tem que ir como técnico e falar 'deixa disso'. É horrível", contou Bernardinho, emocionado.

Bruno ganhou a vaga na seleção depois do corte de Ricardinho antes dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Na estréia do Pan, o levantador e o técnico foram vaiados.

Aos poucos, com um bom desempenho sempre quando entrava em quadra, Bruno conquistou a confiança da torcida e afastou as acusações de que estaria no time somente por ser filho do técnico.

Em Pequim, Bernardinho usou Bruno em todos os jogos, principalmente nos finais dos sets. E o treinador nega que tenha preservado o filho. "Mais do que eu arrisquei colocando ele no Maracanãzinho (durante o Pan)? Leva o teu filho pra ser vaiado, você não sabe o que vai acontecer. A Fernanda (Venturini, ex-jogadora da seleção e mulher de Bernardinho) não foi no ginásio com medo de retaliação", disse o técnico.

No próximo ciclo olímpico, Bruno deve ganhar mais chances na equipe. E o atleta conta com o total apoio do pai e do técnico.

"Sinceramente como treinador, espero que ele se torne um líder dessa geração, porque ele tem personalidade para isso. É um bom jogador, tem muito para crescer ainda. Principalmente com o que ele aprendeu aqui nestes dois anos com a gente vai ter a condição de empunhar a bandeira e seguir em frente com os princípios que devem nortear o trabalho de uma seleção brasileira", finalizou.

Compartilhe: