UOL Olimpíadas 2008 Notícias

24/08/2008 - 04h57

Bernardinho nega supremacia dos EUA e prega transformação no time

Lello Lopes
Em Pequim (EUA)
Ainda agitado após a derrota para os Estados Unidos na final, o técnico Bernardinho minimizou a perda da medalha de ouro que valeria o bicampeonato olímpico do Brasil e negou que o rival esteja em um nível acima dos demais no atual cenário do vôlei mundial.

Andy Wong/AP
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De acordo com o comandante, apesar do segundo revés para os Estados Unidos - para quem a seleção também perdeu na semifinal da Liga Mundial -, os adversários não se mostraram superiores à seleção brasileira. "Tivemos uma peça ou outra abaixo do nível normal, algumas carências técnicas, nosso saque não entrou, mas não se pode dizer que eles são superiores. Conseguimos reverter vantagens expressivas no terceiro e no quarto sets", afirmou Bernardinho, que lembrou as conquistas passadas do elenco sob seu comando.

"A medalha de prata é uma bela conquista. Nós queríamos mais, mas é uma bela conquista", resumiu o treinador em entrevista ao Sportv. "Se, oito anos atrás, eu virasse para esse grupo e dissesse que eles iriam conquistar dois Mundiais, seis Ligas Mundiais, duas Copas do Mundo, além do ouro olímpico e uma prata, acho que todo mundo aceitaria, não?", questionou.

"Esse time jogou, brigou ponto a ponto, teve a chance de jogar um tie-break, de igualar um segundo set perdido. O time perdeu, mas caiu em pé, não teve essa de abaixar a cabeça", analisou o técnico, que chegou a falar sobre o início de um período de renovação na seleção.

"É uma derrota para se pensar, derrotas sempre são assim. Esse time tem que se transformar e crescer. Certamente o futuro começa a ser construído agora", alertou o treinador. "Mas querer que essa nova geração conquiste a mesma coisa, não é fácil..."

Bernardinho também falou sobre seu futuro na seleção, e acenou com a probabilidade de continuar no cargo. "Um momento como esse é difícil falar em ficar ou não ficar. Tenho que pensar com calma. A minha tristeza é, além de não conseguir o ouro, perder a convivência com alguns jogadores. Mas se eu for o profissional adequado a dar continuidade ao trabalho, por que não ficar?", disse.

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