UOL Olimpíadas 2008 Notícias

22/08/2008 - 15h14

Seleção vê "causa" americana como obstáculo a mais na final do vôlei

Lello Lopes
Em Pequim (China)
Uma tragédia pode atrapalhar a caminhada do Brasil rumo ao bicampeonato olímpico. Segundo os jogadores da seleção, o assassinato de Todd Bachman, sogro do técnico dos Estados Unidos, o neozelandês Hugh McCutcheon, uniu ainda mais o adversário brasileiro na final dos Jogos Olímpicos de Pequim.

Bachmann foi esfaqueado em Pequim um dia após a abertura dos Jogos Olímpicos. O assassino, o chinês Tang Yongming, também atacou a mulher de Bachman e um guia local antes de se matar. As autoridades chinesas descartaram um ataque terrorista, definindo o crime como "ato isolado".

McCutcheon se ausentou das primeiras partidas dos Estados Unidos em Pequim, mas voltou a tempo de levar o time para a final pela primeira vez desde os Jogos Olímpicos de Seul-1988.

"Os Estados Unidos estão jogando muito bem e agora têm uma causa para se unirem. Obviamente isso gera um espírito de grupo, de coletividade. Nós também temos a nossa causa e vamos lutar com ela", disse o técnico Bernardinho, que não revelou a 'causa' brasileira.

Os jogadores também esperam um adversário mais unido. "Os Estados Unidos estão jogando com muita determinação pelo fato do que aconteceu com técnico deles. Eles querem oferecer a vitória para o treinador", afirmou o ponta Murilo após a vitória de 3 sets a 1 sobre a Itália na semifinal.

A união, entretanto, não é a única virtude da seleção norte-americana, que eliminou a Rússia na semifinal. Para o técnico Bernardinho, o rival na decisão de Pequim é um time que joga taticamente muito bem.

"Todo esporte deles é baseado na tática. O beisebol e o futebol americano são assim. No vôlei também, vide 84", analisou o técnico, lembrando a derrota do Brasil para os Estados Unidos na final dos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984. Na ocasião, Bernardinho era o levantador reserva da seleção.

A disciplina tática dos Estados Unidos tem causado estrago na 'era Bernardinho'. Desde que o técnico assumiu a seleção, em 2001, foram sete derrotas para os norte-americanos. Nenhum outro time venceu tanto o Brasil no período.

A última vitória dos Estados Unidos sobre o Brasil aconteceu no mês passado, na semifinal da Liga Mundial, em pleno ginásio do Maracanãzinho. "A primeira coisa a fazer é baixar o número de erros. Depois, ter paciência, sabendo que não vai derrubar a bola no primeiro lance", falou Bernardinho.

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