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22/08/2008 - 15h45

Favorito, Brasil enfrenta os EUA por glória máxima no vôlei feminino

Lello Lopes
Em Pequim (China)
A seleção feminina de vôlei do Brasil disputa neste sábado, às 9h (de Brasília), o título mais importante de sua história. No Ginásio Capital, a equipe vai enfrentar os Estados Unidos na final dos Jogos Olímpicos de Pequim.

Duas vezes medalha de bronze nas Olimpíadas (em Atlanta-1996 e Sydney-2000) e duas vezes vice-campeão mundial (no Brasil-1994 e Japão-2006), o Brasil pode alcançar a glória máxima na China.

Valdrin Xhemaj/EFE
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Uma glória rara entre as mulheres do país. Até hoje, apenas Jackie Silva e Sandra Pires, no vôlei de praia em Atlanta-1996, e Maurren Maggi, nesta sexta no salto em distância em Pequim-2008, conseguiram subir ao topo do pódio.

A equipe do técnico José Roberto Guimarães chega à final como favorita. A seleção ganhou as sete partidas que disputou em Pequim pelo placar de 3 sets a 0. Apenas o Japão nos Jogos de Munique-1972 e Montréal-1976 havia alcançado a decisão olímpica sem ceder sets.

Já os Estados Unidos seguiram um caminho tortuoso até a final. Na primeira fase, a equipe norte-americana ficou em segundo lugar do grupo, após perder para Cuba. Nas quartas-de-final, sofreu para vencer a Itália. Mas na semifinal, em grande exibição, despachou as cubanas por 3 sets a 0.

"Os Estados Unidos, com essas vitórias, criou uma confiança maior ainda", disse o técnico José Roberto Guimarães, que pode se tornar o primeiro treinador brasileiro a ganhar a medalha de ouro com times masculinos e femininos -ele foi campeão com os homens em Barcelona-1992.

As duas equipes se conhecem muito bem. No mês passado, realizaram uma série de amistosos nos Estados Unidos. Antes da estréia, voltaram a se enfrentar em Pequim em jogo-treino.

"Nos amistosos que a gente fez a gente ganhou delas com alguma facilidade. Mas uma final olímpica é outra coisa", disse a ponteira Mari, um dos destaques da seleção brasileira nos Jogos de Pequim.

Antes de chegar à final olímpica, o Brasil sofreu algumas decepções. Em Barcelona-1992, Atlanta-1996, Sydney-2000 e Atenas-2004, o time caiu nas semifinais. A última derrota foi traumática, após perder um jogo praticamente ganho para a Rússia.

Segundo o técnico José Roberto Guimarães, uma outra derrota serviu para unir de vez o grupo rumo à decisão olímpica: a queda diante de Cuba na final dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.

"Aquela derrota marcou muito. A gente estava jogando no Rio, com a chance de fechar o jogo. Foi uma das derrotas mais doídas que tivemos. Esse grupo sofreu muito em 2007. Com essa derrota no Pan passamos por um processo difícil. Isso ajudou bastante a não cometer os erros que cometemos", disse Zé Roberto.

Neste sábado, a seleção brasileira feminina de vôlei terá a maior chance de mostrar que os erros do passado foram mesmo aprendidos. E pode, definitivamente, entrar para a história esportiva do país.

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