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20/08/2008 - 16h01

Seleção desafia EUA na final para se livrar de pecha de 'geração do quase'

Bruno Freitas
Em Pequim (China)
Pela primeira vez com status de favorita em uma partida decisiva diante de uma adversária tradicional, a seleção feminina de futebol do Brasil disputa a final dos Jogos Olímpicos contra os Estados Unidos em Pequim nesta quinta-feira (10h, de Brasília), para deixar para trás definitivamente a reputação de 'geração do quase'.

Arquivo Folha
Brasil cai diante dos Estados Unidos em final olímpica dramática na Grécia: 2 a 1
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Com show de Marta, Brasil aplica goleada por 4 a 0 sobre os EUA na Copa de 2007
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A equipe das estrelas Marta e Cristiane carrega para a decisão desta quinta no estádio dos Trabalhadores a afirmação como grande força da modalidade conquistada nos últimos anos, mas também as derrotas em recentes oportunidades em que esteve muito próxima da glória mundial.

A base do time titular que disputa a final dos Jogos de Pequim traz muitas remanescentes da equipe que caiu na partida pelo ouro em Atenas-2004 e é praticamente a mesma que foi batida na decisão da Copa do Mundo do ano passado.

Por essa razão, a dor acumulada pelas derrotas para norte-americanas nos Jogos passados e para as alemãs no Mundial de 2007 faz com que a geração atual do Brasil encare a final de Pequim como uma espécie de ultimato para uma virada vencedora do time.

"Talvez seja a última chance de ouro para esse time, mas hoje temos mais experiência, carregamos nas costas as derrotas nas finais anteriores de Olimpíadas e Mundial", diz Cristiane, artilheira do torneio olímpico feminino até o momento, com cinco gols.

"Está na hora de sair com essa medalha dourada no peito. Não dá para deixar essa chance escapar de novo", disse Marta, estrela do time, na véspera da decisão olímpica.

No entanto, ao contrário das ocasiões de chance de glória anteriores, o Brasil entra na decisão contra os Estados Unidos com reputação de favorito. Muito graças à campanha na China, mas igualmente por algumas vitórias simbólicas recentes, como o triunfo por 4 a 0 sobre as mesmas norte-americanas na Copa passada e a goleada por 4 a 1 sobre as bicampeãs mundiais alemãs na semifinal olímpica, há alguns dias.

"Nós não somos mais aqueles cachorros que elas pisavam em cima, jogamos hoje de igual para igual", diz a veterana zagueira Tânia Maranhão. "Vamos ser campeãs. Vamos entrar nesse jogo já com espírito de vencedoras", completa a capitã do time nas Olimpíadas, com confiança em alta.
BRASIL EM OLIMPÍADAS
Jogos de Atlanta-1996
QUARTO LUGAR
Jogos de Sydney-2000
QUARTO LUGAR
Jogos de Atenas-2004
PRATA - SEGUNDO LUGAR
A final desta quinta também foi apimentada nas últimas semanas por um comercial da TV dos EUA, em que as norte-americanas se arriscam em português para pedir uma revanche às brasileiras, em menção ao revés na semifinal da última Copa do Mundo.

Dentro de campo, o Brasil promete ser agressivo e se esforçar para ditar o ritmo da final. "Os Estados Unidos têm uma equipe muito forte fisicamente. Não podemos dar espaço para elas, nem um minuto sequer. Temos que jogar com a Marta e a Cristiane pelas pontas, não adianta forçar pelo meio, não dá para entrar assim. E, claro, valorizar a posse de bola", comentou o técnico Jorge Barcellos na véspera da partida.

Dois feitos em jogo
Uma eventual vitória sobre os Estados Unidos na decisão dos Jogos de Pequim também pode fazer a seleção entrar para a história de outras duas maneiras. A primeira delas, com o primeiro ouro do futebol brasileiro desde o início das Olimpíadas, em façanha que mais uma vez o time masculino não conseguiu concretizar.

Um triunfo em Pequim também pode conferir ao grupo de Renata Costa e Daniela Alves o feito do primeiro ouro do esporte coletivo feminino do país desde a conquista de Jacqueline e Sandra Pires, no vôlei de praia de Atlanta-1996, em conquista que também pode vingar nestas Olimpíadas através do time de vôlei, que está na semifinal.

Data: 21/08/2008 (quinta-feira)
Hora: 10h (horário de Brasília)
Local: estádio dos Trabalhadores, em Pequim (China)

Brasil
Bárbara; Érika, Renata Costa, Tânia Maranhão; Simone Jatobá, Daniela Alves, Formiga, Ester, Maycon; Marta e Cristiane.
Técnico: Jorge Barcellos

Estados Unidos
Solo; Mitts, Rampone, Markgraf, Tarpley; Chalupny, Radiguez, Boxx, Hucles; O'Reilley e Lloyd
Técnico: Pia Sundhage

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